Dados do Trabalho


Título

MELANOMA PRIMÁRIO DE PÊNIS – REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE CASO

Introdução, Material, Método, Resultados, Discussão e Conclusões

Introdução: O melanoma primário de pênis (MPP) é uma neoplasia rara - representa menos de 1,4% dos carcinomas primários de pênis e menos de 0,1% de todos os melanomas. Refletindo a raridade da doença, existem publicados no PubMed 29 artigos, com 220 pacientes relatados.
Objetivos: Através de revisão literária e ilustração com relato de caso discutir as dificuldades e atualizações do diagnóstico, tratamento e prognóstico do MPP.
Relato de caso: Paciente masculino, de 66 anos, referia uma lesão ulcerada na glande há 1 ano. A imuno-histoquímica revelou melanoma acral lentiginoso, com espessura de 7 mm e presença de ulceração. Indicada penectomia parcial com margem de 2cm e pesquisa de linfonodo sentinela, que apresentou captação fraco positiva e, portanto, realizada linfadenectomia bilateral. Retornou com estadiamento pT3bN1cM0 – Estadio IIlc e margens exíguas, sendo indicada ampliação desta.
Discussão: Um dos grandes desafios do MPP é o diagnóstico precoce, que pode se apresentar como uma lesão pigmentar ou amelanótica, sendo ulcerada em até 39% dos casos. Nas últimas décadas, advogou-se a favor de procedimentos mais poupadores que os indicados no fim do século passado, como a excisão local ou amputação peniana parcial e linfadenectomia seletiva, para o controle da doença em estadios precoces. Neste cenário, a pesquisa do linfonodo sentinela desempenha importante função na tomada de conduta. Além disso, nos últimos anos relata-se tratamento eficaz para o MPP in situ com Imiquimod. No entanto, pacientes com doença avançada têm sobrevida curta, independentemente do tratamento proposto uma vez que não há terapêutica efetiva para o controle da doença sistêmica. Van Geel et al. sugere que o prognóstico desse raro câncer é equivalente ao de um melanoma convencional com estadio Breslow equivalente. Destarte, constatou que os principais fatores de mal prognóstico são: presença de ulceração, acometimento linfonodal, presença de invasão microssatélite, espessura maior que 3,5mm e diâmetro maior que 15mm. A taxa de sobrevida global em 2 e 5 anos foi de 63% e 31% respectivamente.
Conclusão: Neste caso, evidencia-se a importância do diagnóstico precoce do MPP a fim de se propor terapêutica curativa menos mutilante. Por fim, encontra-se na literatura pouco consenso e padronização na conduta dos casos de MPP, o que sugere a importância de uma diretriz.

Palavras Chave

Melanoma, Pênis

Área

Tumores Raros

Instituições

Departamento de Urologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Luiz Felipe de Mello Pereira Leitão, João Pedro Vaz de Souza Cabral Simões, Pedro Salem Molino, Fernanda Monteiro Orellana, Pablo Leonardo Traete, Roni de Carvalho Fernandes, Luis Gustavo Morate de Toledo