5º Simpósio Internacional de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

CRIOABLAÇAO PARA O TRATAMENTO DE FIBRILAÇAO ATRIAL PAROXISTICA: UMA REALIDADE A SER CONSIDERADA – RELATO DE CASO

Introdução, Objetivo, Metodologia, Resultados, Considerações finais

Apresentação do caso: homem, 63 anos apresentou primeiro episódio de “pulso desregulado” durante o trabalho tendo como diagnóstico subsequente fibrilação atrial (FA); evoluiu, contudo, com mais episódios recorrentes. Avaliado por especialista em arritmias foi indicada ablação por cateter.
O procedimento foi realizado com o paciente em ritmo sinusal sob sedação. Realizou-se venografia de átrio esquerdo identificando 5 veias pulmonares, 3 esquerdas e 2 direitas. O cateter balão foi, então, posicionado no interior de cada veia pulmonar com subsequente insuflação do balão e comprovação de isolamento mecânico efetivo após injeção de contraste na veia alvo, determinado pela retenção do iodo no interior dela sem extravasar para o átrio esquerdo. Na sequência foi realizado o resfriamento do balão até uma temperatura alvo de -40 graus celsius durante um tempo de 180 segundo podendo ser repetido entre 120-180 segundos. As novas aplicações são determinadas fundamentalmente pelo tempo de queda da temperatura correlacionado com o tempo de aplicação da crioenergia, pela temperatura alvo atingida, não se ultrapassando -55 graus celsius, e pela ocorrência de isolamento elétrico da veia pulmonar superior a 60 segundos.
O tempo total do procedimento foi de 120 minutos (2 horas) com subsequente encaminhamento do paciente ao quarto e alta hospitalar no dia seguinte, sem complicações.
Discussão: A ablação por cateter para o tratamento de FA paroxística já possui resultados bem estabelecidos podendo esta terapia ser realizada com radiofrequência (RF) ou crioablação. No caso em questão, a crioablação foi a terapia de escolha por se tratar de um paciente com arritmia paroxística em que o alvo é o isolamento das veias pulmonares; o procedimento tem um tempo total significativamente reduzido versus radiofrequência (118±38 versus 143±50, p<0.01) bem como taxas menores de rehospitalização no período após a ablação (p=0.02 quando não contabilizado o período de “blanking”).
Comentários finais: A crioablação é uma energia com não inferioridade à RF tendo como vantagens o menor tempo total do procedimento e menores taxas de readmissão hospitalar no pós-operatório podendo, portanto, ser avaliada como primeira opção no cenário da FA paroxística.

Palavras Chave

Fibrilação Atrial, Crioablação, Ablação por cateter

Área

Tema livre

Instituições

BP - A Beneficência Portuguesa - São Paulo - Brasil

Autores

BRUNO PAPELBAUM, CECILIA MONTEIRO BOYA BARCELLOS, RAPHAEL CHIARINI, BRUNO KIOSHI NUMATA