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Dados do Trabalho


Título

Tumor phyllodes da mama: suspeitar para tratar - casuística de um centro de referência oncológico

Introdução

Tumores phyllodes são neoplasias fibroepiteliais raras, correspondem a menos de 1% das neoplasias mamárias e são classificados em benignos, borderlines e malignos. Os malignos correspondem entre 10-60% dos casos e têm comportamento semelhante aos sarcomas, enquanto os benignos correspondem a 30-60% dos casos e têm comportamento semelhante aos fibroadenoma. A idade média de ocorrência é 40 anos. Cerca de 20% dos tumores malignos evoluem com doença à distância. Acometimento axilar ocorre em cerca de 5%. São tumores de crescimento rápido, gerando volumosas massas mamárias. O diagnóstico diferencial entre os phyllodes na histopatologia se dá através de dados como celularidade estromal, índice mitótico e atipia celular.

Objetivo

Descrever as características clínico-epidemiológicas dos pacientes com tumores phyllodes da mama tratados em um centro de referência oncológico.

Casuística

Todos os pacientes com diagnóstico de tumor phyllodes tratados no período de janeiro de 2008 a fevereiro de 2022.

Método

Os dados coletados foram coletados a partir de revisão de prontuário, inseridos em Banco construído no sistema REDCap®. Foram consideradas as medidas resumo de posição e dispersão, como média, mediana, desvio padrão e valores mínimo e máximo e as frequências absoluta e relativa (%) para as variáveis qualitativas.

Resultados

Foram incluídas 41 mulheres com diagnóstico de tumor phyllodes. A média de idade ao diagnóstico foi 43,6 anos (mediana 44), 3 pacientes tinham história prévia de radioterapia de mama (7%). 36,5% das pacientes apresentavam tumor phyllodes maligno, 36,5% benigno e 26,8% borderline. 59,5% apresentaram lesão à direita, 38% a esquerda e 2% bilateral. Para os phyllodes malignos, o tamanho médio da lesão foi 9,34 cm (mediana 7 cm), para os borderline, 8 cm (mediana 8 cm) e para os benignos, 3,36 cm (mediana 2,2 cm). Uma paciente apresentava metástase a distância ao diagnóstico. Quanto ao tratamento, 21% foram submetidas a mastectomia e 79% a ressecção segmentar. Quatro pacientes foram submetidas a abordagem axilar (2 esvaziamentos e 2 pesquisas de linfonodo sentinela), porém nenhuma apresentou acometimento linfonodal. 34% das pacientes apresentaram margens comprometidas (<1cm) e foram submetidas a segunda cirurgia para ampliação de margens. 12% das pacientes (5 casos) receberam radioterapia adjuvante e 2 casos de phyllodes maligno receberam quimioterapia. 2% dos pacientes apresentaram recidiva local e 18% dos casos de phyllodes maligno apresentaram recidiva a distância. As características histopatológicas foram discriminadas na tabela 1.

Conclusões

Por ser um centro de referência especializado, tratamos mais casos de tumor phyllodes maligno que benigno, em divergência à literatura. É essencial suspeitar de phyllodes em pacientes com massas mamárias de crescimento rápido, e assim, ofertar, também, o melhor tratamento - cirúrgico com margens livres (1 cm).

Palavras-chave

Tumor phyllodes. Phyllodes maligno. Phyllodes bordeline. Phyllodes benigno.

Fotos e tabelas

Gráfico 1: Distribuição dos tumores phyllodes


Gráfico 2: Distribuição dos tumores phyllodes quanto a lateralidade

 

Gráfico 3: Tratamento cirúrgico

Tabela 1: Características histopatológicas dos tumores phyllodes tratados em centro de referência oncológico

 

Conflitos de interesse

Área

Tumores da mama

Instituições

Ac Camargo Cancer Center - São Paulo - Brasil

Autores

MILENA DE FATIMA QUEIROZ OLIVEIRA, MARINA SONAGLI, RENATO CAGNACCI NETO