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Dados do Trabalho


Título

NEOVAGINA ILEAL NA REABILITAÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO: RELATO DE CASO

Introdução

O câncer do colo uterino é a mais frequente neoplasia genital feminina no Brasil. Aproximadamente 60% das pacientes fazem seu diagnóstico em fases localmente avançadas e desta forma não são candidatas a tratamento cirúrgico inicial sendo indicado a associação de radioterapia com quimioterapia exclusiva, podendo ser resgatado cirurgicamente em caso de persistência ou recidiva. Invariavelmente essas pacientes evoluem com alguma sequela pós-tratamento, sendo o encurtamento da vagina uma queixa relativamente frequente, que interfere na atividade sexual e qualidade de vida. Nesses casos, como forma de reabilitação, há várias técnicas cirúrgicas e não-cirúrgicas estudadas para confecção de uma neovagina, tendo como opção cirúrgica a reconstrução com segmento intestinal ileal.

Objetivo

Relatar uma experiência bem sucedida de uma reconstrução vaginal com o uso de um segmento intestinal ileal na reabilitação do câncer de colo de útero.

Casuística

Relato de caso de paciente submetida a procedimento cirúrgico para reabilitação do câncer de colo de útero.

Método

Paciente de 45 anos, diagnosticada com câncer de colo uterino localmente avançado sendo submetida a radioquimioterapia exclusiva, seguido de exenteração pélvica posterior devido a fistula retovaginal. Há 9 anos em seguimento sem sinais de doença em atividade, evoluindo com queixa de encurtamento de vagina e desconforto importante durante relação sexual. Foi então submetida a técnica de confecção de neovagina com segmento ileal.

Resultados

O procedimento cirúrgico foi realizado por via laparotômica, com incisão mediana, seguida de lise de aderências de abordagem anterior, identificação e dissecção de cúpula vaginal, evidenciando 4 cm de vagina remanescente. Realizada exclusão de segmento ileal de 12 cm, há 40 cm da válvula ileocecal, seguido de anastomose ileal látero-lateral. Com uma incisão longitudinal na borda antimesentéria do segmento ileal excluso e sutura no sentido transversal houve uma mudança do eixo mesenterial proporcionando um alcance mais distal da extremidade intestinal sem tensão. Por fim, foi realizado a enterocolpoplastia deste segmento ileal e deixado molde vaginal. A mesma seguiu internada durante 10 dias, com boa evolução pós-operatória e sem complicações cirúrgicas. Foi orientada ao uso diário de molde vaginal por 30 min até retorno de atividade sexual, que ocorreu após 3 meses. Até o momento, não foi evidenciado complicações durante 6 meses de seguimento, sem queixas com relação ao coito, relatando lubrificação adequada, boa elasticidade e um canal vaginal de aproximadamente 12 cm.

Conclusões

Em conclusão, relatamos uma abordagem cirúrgica da neovagina ileal para reabilitação no tratamento do câncer de colo uterino e o resultado final confirma que o segmento ileal fornece uma excelente substituição vaginal, proporcionando uma excelente satisfação da paciente e morbidade relativamente baixa, com bons resultados estéticos, funcionais e anatômicos.

Palavras-chave

Estenose vaginal; Vaginoplastia; Cirurgia; Intestino; Qualidade de vida.

Fotos e tabelas

Conflitos de interesse

Área

Qualidade de Vida / Sexualidade / Preservação de Fertilidade

Instituições

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ - Alagoas - Brasil

Autores

CAROLINE CARVALHO FERRO, ALDO VIEIRA BARROS, DIEGO WINDSON ARAÚJO SILVESTRE, AMANDA LIRA SANTOS LEITE, FLÁVIO RODRIGUES TEIXEIRA FILHO, INÁCIO PEREIRA AGUIAR JÚNIOR, LUCAS ALBUQUERQUE MENDONÇA VAZ