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Dados do Trabalho


Título

Lesão intraepitelial escamosa de alto grau do períneo: relato de caso

Introdução

A lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL), anormalidade das células escamosas associada ao papilomavírus humano (HPV) em mais de 80% dos casos, é considerada uma lesão precursora do carcinoma escamoso e acomete principalmente mulheres adultas jovens e sexualmente ativas.¹ Quando diagnosticadas, as HSIL devem ser tratadas através da excisão cirúrgica,² como no caso a ser relatado.

Objetivo

O estudo tem como objetivo relatar o caso de uma paciente de 62 anos com extensa lesão intraepitelial escamosa de alto grau localizada no períneo e realizar uma revisão de literatura acerca das HSIL na região vulvar e perineal.

Casuística

Paciente de 62 anos, diagnosticada com extensa lesão intraepitelial escamosa de alto grau (HSIL) perineal e submetida à excisão cirúrgica.

Método

Mulher de 62 anos comparece ao atendimento com queixa de lesão em períneo e disfunção do esfíncter anal. Ao exame físico, apresenta lesão pardo-clara, com áreas planas e elevadas, irregular, mal-definida, sem sangramento ativo medindo 3,8 cm em região perineal. Realizada biópsia incisional que evidenciou lesão intraepitelial escamosa de alto grau. Exame especular e citopatológico de colo de útero sem anormalidades. A paciente foi submetida a ressecção local extensa com reconstrução com retalho V-Y bilateral. Laudo histopatológico confirmou lesão intraepitelial escamosa de alto grau, margens livres, menor margem de 0,9cm. Exame físico pós-operatório: cicatriz com bom aspecto.

Resultados

Recomenda-se que todos os diagnósticos de HSIL sejam tratados. A excisão local ampla deve ser realizada em casos suspeitos de evolução para carcinoma invasor, mesmo após diagnóstico de HSIL por biópsia, visto que há potencial para invasão oculta. Quanto ao tratamento cirúrgico, a excisão e a laserterapia podem ser igualmente eficazes para HSIL.³ Apesar da remoção completa da lesão, a recidiva acontece em aproximadamente 50% das pacientes. É recomendado que mulheres que passaram pelo tratamento de HSIL retornem em 6 e 12 meses após a cirurgia para reavaliação, além da inspeção clínica da região anualmente.² Embora o método excisional seja eficaz e amplamente empregado, pode levar a danos funcionais e anatômicos. As margens cirúrgicas devem medir entre 0,5 a 1,0 cm e serem avaliadas pelo exame histopatológico intra operatório. A prevenção é feita através da imunização com a vacina quadrivalente do HPV, que demonstrou reduzir o risco de HSIL vulvar e perineal.⁴ Além disso, alguns estudos sugerem que a vacina pode ser útil na prevenção da recorrência da doença, necessitando de maiores estudos multicêntricos e randomizados para de fato comprovar essa associação.⁵

Conclusões

O presente estudo se mostra relevante visto a extensão da HSIL apresentada pela paciente e a completa excisão da lesão.

Palavras-chave

“Squamous Intraepithelial Lesions”

Fotos e tabelas

Conflitos de interesse

Área

Oncogenética / Cirurgias Profiláticas

Instituições

Universidade Federal de Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil

Autores

BRUNA ROCHA LOPES, IGOR RORIZ SILVA, ISABELA DA SILVA LOPES, JULIA TUDESCO CHAMHUM BASILIO, JULIANA BRAZ DE CASTILHO , ALEXANDRE FERREIRA OLIVEIRA, ROBERTO HELENO LOPES