III Congresso Brasileiro de Câncer do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

HEPATECTOMIA BISSEGMENTAR NA NEOPLASIA DE VESICULA BILIAR: RELATO DE CASO

Introdução

A colecistectomia está entre os procedimentos cirúrgicos mais realizados em todo o mundo, indicado principalmente em pacientes com doença sintomática associada a cálculos biliares.
A neoplasia de vesícula biliar pode ser diagnosticada no pré-operatório, no intraoperatório ou no pós-operatório mediante exame do anatomopatológico da vesícula biliar, normalmente a cirurgia é realizada por colelitiase sintomática.

Objetivo

Relataremos um caso de uma paciente com diagnóstico de adenocarcinoma de vesícula biliar após colecistectomia convencional de urgência, achado incidental.

Casuística

Paciente do sexo feminino, 60 anos, hipertensa, submetida a colecistectomia convencional de urgência devido colecistite aguda litiásica, em outro serviço, com relato de procedimento realizado sem intercorrências. O resultado do anatomopatológico evidenciou adenocarcinoma moderadamente diferenciado, com invasão perineural, margens cirúrgicas e linfonodos comprometidos por neoplasia (pT3 pN1). Encaminhada ao serviço de cirurgia oncológica, onde foi solicitada revisão anatomopatológica da peça cirúrgica, que identificou adenocarcinoma moderadamente diferenciado do tipo biliar, tumor infiltrando até 1mm da serosa, porém não infiltrando a mesma, invasão perineural presente, ducto cístico com margem comprometida pela neoplasia e presença de dois linfonodos positivos para malignidade de quatro linfonodos analisados (pT2 pN1). Realizado estadiamento oncológico com tomografias de tórax, abdome e pelve sem evidência de doença a distância e marcadores tumorais dentro dos limites de normalidade. Após discussão multidisciplinar, optado por cirurgia radical. Submetida a hepatectomia bissegmentar (IVb e V) com linfadenectomia hilar e ressecção de via biliar extra-hepática, reconstrução com anastomose bileodigestiva término-lateral em Y de Roux. Permaneceu no pós-operatório três dias internada no CTI e recebeu alta hospitalar no sétimo dia de internação. O exame anatomopatológico da peça cirúrgica apresentou linfonodos e demais segmentos livres de neoplasia. Encaminhada a oncológica clínica, onde é submetida a quimioterapia adjuvante com 6 ciclos de Xeloda. Realizados novos exames de estadiamento sem evidência de doença local e a distância, além de marcadores tumorais com valores dentro da normalidade. Segue em follow-up com oncologia clínica e cirurgia oncológica.

Método

Relato de caso

Resultados

É uma neoplasia de difícil diagnóstico, altamente agressiva e letal. A resseção cirúrgica, com margens R0, é a única terapêutica potencialmente curativa. O diagnóstico tardio e prognóstico sombrio da neoplasia de vesícula biliar se dá pelo fator anatômico de localização da maioria destes, que fazem com que os sintomas se sobressaiam tardiamente. Não obstante, àqueles com diagnóstico incidental, possuem um prognóstico melhor e são mais sujeitos ao tratamento curativo, com uma vantagem na taxa de morbimortalidade.

Conclusões

A hepatectomia segmentar com linfadenectomia hilar no adenocarcinoma de vesicula biliar é o tratamento preconizado devido a baixa resposta ao tratamento clínico, apresentando baixa morbimortalidade.

Palavras-chave

Adenocarcinoma de vesícula biliar; Hepatectomia segmentar; Bissegmentectomia hepática

Área

Fígado

Instituições

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO PEDRO - Rio de Janeiro - Brasil, UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

KATTIUCY GABRIELLE DA SILVA BRITO, EDARLAN BARBOSA DOS SANTOS, JULIANA AFFONSO RODRIGUES, MARCELO SA DE ARAUJO, REINALDO AFONSO FERNANDES JR