III Congresso Brasileiro de Câncer do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

CORREÇAO CIRURGICA DE FISTULA RETO-URETRAL APOS PROSTATOVESICULECTOMIA RADICAL COM UTILIZAÇAO DA TECNICA DE YORK-MASON MODIFICADA COM INTERPOSIÇAO DE RETALHO DE MUSCULO GRACIL: RELATO DE CASO.

Introdução

As fistulas entre órgãos pélvicos podem ocorrer como complicação de traumas, inflamações ou cirurgias pélvicas laboriosas, principalmente associadas à quadros neoplásicos avançados. O paciente submetido a prostatovesiculectomia radical pode evoluir com fistula reto-uretral com prejuízo importante em sua qualidade de vida e causando infecções do trato urinário de repetição. Abordagem cirúrgica de neoplasias localmente avançadas e em pelve irradiadas são fatores de risco para tal complicação.
A técnica de reparo York-Mason modificada consiste em uma abordagem que utiliza interposição de retalho muscular com o grácil, funcionando como anteparo e diminuindo os riscos de recidiva.

Objetivo

Relatar o caso de um paciente que desenvolveu fístula reto-uretral após a realização de prostatovesiculectomia radical e foi submetido a correção pela técnica York-Mason modificada.

Casuística

Revisão de prontuário retrospectivamente em banco de dado digital.

Método

Coleta de dados de prontuário digital e revisão de literatura em PubMed.

Resultados

Paciente, 63 anos, referindo diagnostico de Neoplasia de próstata, tendo sido realizada prostatovesiculectomia radical em outro serviço. Refere que três meses após a cirurgia apresentou sintomas sugestivos de fístula urinária-retal, com fecalúria e eliminação retal de urina, comprovando existência de fístula reto-uretral por Tomografia computadorizada de pelve com contraste. Realizou inicialmente tentativa de correção da fístula por reconstrução anterior com bipartição vesical. Após oito meses, paciente apresentou recidiva dos sintomas sendo confirmado por exame de imagem persistências de trajeto fistuloso. Indicada a segunda tentativa de reconstrução, sendo realizada a técnica de York-Mason modificada, com abordagem posterior e interposição de retalho do músculo grácil, com sucesso pós operatório e resolução dos sintomas.

Conclusões

A fístula retouretral é uma complicação pouco frequente, mas que possui impacto importante na qualidade de vida do paciente.
Conclui-se que múltiplas tentativas de reparo tornam cada vez mais difícil a abordagem. Apesar do difícil manejo da reconstrução cirúrgica, é factível uma reparação com bom êxito através da abordagem de York-Mason modificada, a qual facilita o acesso ao trajetio fístuloso, reduz o tempo cirúrgico e de internação e possibilita correção mesmo em pacientes com múltiplas aderências de abordagens pélvicas, sendo uma possibilidade terapêutica que deve fazer parte dos artifícios terapêuticos disseminados.

Palavras-chave

Fístula urinária; Fistula retal; Fistula do sistema digestório

Área

Outras

Instituições

Hospital Geral Dr César Cals - Ceará - Brasil, Instituto do Câncer do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

VICTORIA ALINE LINHARES MINÁ, JOSÉ MARCONI TAVARES, MARCOS TULIO MONTEIRO TAVARES, ISABELA FRANCO FREIRE, DOUGLAS HENRIQUE SANTIAGO DE OLIVEIRA, JOAO PEDRO TARGINO SILVA, MANOEL ELIEZER TOMÁS FILHO