Dados do Trabalho


Título

DESFECHO CLINICO EM PACIENTES COM PIELONEFRITE OBSTRUTIVA SUBMETIDOS A DESBLOQUEIO ENDOSCOPICO EM SERVIÇO ACADEMICO

Resumo

Introdução: A pielonefrite obstrutiva, condição de elevada prevalência nas populações brasileira e mundial, decorre da infecção do trato urinário superior com alguma forma de obstrução, como cálculos urinários, tumores, gravidez, cicatriz pós infecção ou trauma, anomalias congênitas ou cirurgias, apresentando múltiplas nuances que, juntas, interferem em seu desfecho clínico.

Objetivos: Analisar as comorbidades pré-operatórias, o tempo até a realização de drenagem, o diagnóstico etiológico e a evolução dos pacientes com pielonefrite obstrutiva submetidos à descompressão cirúrgica.

Métodos: Realizada análise retrospectiva de prontuários dos pacientes atendidos no Hospital de Clínicas da Unicamp devido à pielonefrite obstrutiva e que foram submetidos à descompressão cirúrgica de urgência no período entre janeiro/2016 a agosto/2018.

Resultados: Foram revisados 269 prontuários, dos quais excluíram-se 46 por não corresponderem à pielonefrite obstrutiva. Concluiu-se que o sexo mais acometido foi o feminino, com 134 pacientes (60%). Um total de 29 (13%) casos apresentavam diabetes como comorbidade pré-operatória única, enquanto 53 (23,8%) apresentavam hipertensão arterial. Em relação ao tempo de sintomas até o atendimento no pronto socorro, 103 (46,2%) pacientes procuraram o serviço com menos de 72 horas de sintomas, enquanto 75 (33,6¨%) o fizeram com 4 a 7 dias. Após o diagnóstico, a desobstrução cirúrgica ocorreu em menos de 12 horas em 121 (54,3%) dos pacientes e entre 12 a 48 horas em 75 (33,6%). As principais causas de pielonefrite obstrutiva corresponderam a cálculos em 183 pacientes (82%) e a neoplasias em 31 (14%). Após a realização da desobstrução cirúrgica, na qual o cateter ureteral retrógrado foi a técnica de escolha em 206 pacientes (92,3%), 33 (15%) pacientes necessitaram de internação em leito de UTI. Um total de 61 pacientes (27,3%) evoluíram com sepse, 15 (6,7%) com choque séptico e 1 paciente (0,4%) apresentou CIVD como desfecho. Por fim, o óbito foi o desfecho final em 9 pacientes (4,0%) submetidos à descompressão cirúrgica de emergência.

Conclusões: As características clínicas do paciente e da doença são fundamentais na abordagem da pielonefrite obstrutiva e apresentam interferência direta na evolução clínica desta condição. Deste modo, conhece-las é imprescindível à equipe assistente para predizer prognóstico e minimizar tempo de internação hospitalar e descompressão cirúrgica mais precoce.

Palavras Chave ( separado por ; )

pielonefrite obstrutiva; desbloqueio ureteral; endourologia

Área

Litíase / Endourologia

Instituições

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) - São Paulo - Brasil

Autores

Gustavo Santana de Lima, Fabio Coltro Neto, Ivan Borin Selegatto, Thairo Alves Pereira, Livia Carvalho Vianelli Ribeiro, Cassio Luis Zanettini Riccetto