Dados do Trabalho


Título

TERMOMETROS EMOCIONAIS EM PACIENTES COM CANCER DE PROSTATA DE BAIXO RISCO: EXISTE CORRELAÇAO COM QUESTIONARIOS VALIDADOS?

Resumo

Introdução: Pacientes com Câncer de Próstata de Baixo Risco (CPBR) podem ser conduzidos com Active Surveillance (AS), Crioablação Focal (CF) e a Braquiterapia (B) em casos selecionados. O aumento da carga psicológica e ansiedade diante da incerteza da progressão da doença e do medo de perder a oportunidade de ser curado, exige que o tratamento integral destes pacientes inclua atenção à saúde mental para identificar precocemente quadros de ansiedade, depressão e estresse, já que 25-30% destes pacientes apresentam algum grau de Sofrimento Emocional (SE).
Há várias ferramentas para avaliar Qualidade de Vida (QV) e SE, porém a extensão e custo de aplicação as tornam pouco úteis na prática clínica diária. Os Termômetros Emocionais (TE) usam escala visual com valores variando entre 0 (sem SE) e 10 (SE extremo), com boa aplicabilidade em diferentes tipos de câncer. Além do SE, termômetros mais específicos abordando Ansiedade (TA), Depressão (TD), Revolta (TR) e Necessidade de Ajuda (TNA) podem ser usados.
Objetivo: avaliar a correlação entre TE e outros questionários validados para identificação de sofrimento psíquico entre pacientes com CPBR.
Métodos: Selecionados 30 homens com CPBR que optaram pela CF, B ou AS. Apenas pacientes sexualmente ativos e capazes de completar os questionários foram incluídos. Foram aplicados os questionários validados IIEF-5, International Prostate Symptom Score (IPSS), escalas de Beck para medidas ansiedade (BAI), desesperança (BHS) e depressão (BDI). O Short Form-36 (SF-36) foi usado para avaliar a QV relacionada à saúde dos pacientes. Os TE foram aplicados avaliando os cinco domínios citados anteriormente com cut-off ≥ 4 como indicativo de sofrimento psíquico. Testes de Kruskal-Wallis ou ANOVA e correlação de Spearman foram feitos.
Resultados: Pacientes do grupo AS apresentaram maiores médias de idade (71,9) e pior resultado na escalas de Beck, SF-36 e TSE. IPSS teve maior média no grupo B. TSE apresentou correlação de Spearman forte com TA e moderada com demais termômetros e com BAI. Além disso, TD apresentou forte correlação com BAI, BDI e IPSS e correlação moderada com o SF-36. Os resultados reforçam que pacientes submetidos a AS podem estar mais susceptíveis a SE. A correlação entre os TE e outros questionários apontam para a possibilidade da sua aplicação como ferramenta de screening de SE.
Conclusões: TE se correlacionam com outros questionários validados e podem ser usado na prática clínica para identificar pacientes com SE.

Palavras Chave ( separado por ; )

Termômetros Emocionais; Câncer de Próstata; Sofrimento Emocional; Qualidade de Vida

Área

Uro-oncologia

Instituições

Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

Paulo Vitor Barreto, Marina Correa Viana, Daniel Almeida Braga, Rodrigo Gonzales Bocos, Leonardo Oliveira Reis