Dados do Trabalho


Título

Osteocondrite dissecante: um Relato de Caso e Revisão dos Achados que Sugerem Instabilidade na Ressonância Magnética

Introdução

A identificação da precoce da osteocondrite dissecante (OCD) é o grande desafio do médico radiologista, uma vez que esta condição quando associada a instabilidade leva à osteoartrite precoce.
A OCD é definida como uma anormalidade focal e idiopática do osso subcondral, podendo gerar destacamento de fragmento ósseo e da cartilagem articular que o recobre. Postula-se que seja causada por perturbação da ossificação endocondral epifisária.
Caracterizar os achados imaginológicos que sugerem OCD antes do surgimento da instabilidade é vital para o prognóstico dos pacientes; sendo que na população jovem, permite o pronto tratamento da condição de forma resolutiva e na população adulta, evita a progressão da doença para condições incapacitantes.
Em ambos os casos, a caracterização dos achados indicativos de OCD propicia a mitigação dos efeitos degenerativos articulares permanentes.

Descrição

Paciente de 13 anos de idade com dor moderada no joelho direito, apresentava peso adequado para idade e sem histórico de prática de esportes em regime de alto rendimento, família buscou avaliação médica para avaliação do quadro, sendo solicitado exame de RM. Os achados foram de lesão osteocondral no contorno interno do aspecto central do côndilo femoral medial, sem destacamento ósseo. Nota-se, ainda, duplo halo de hipersinal, o que sugere instabilidade.

Discussão

Os principais achados na RM são: alteração de sinal em T1, com realce ao gadolíneo se a lesão for viável; possível halo de hipersinal e cistos subcondrais de alto sinal em T2. Eem 1990, De Smet, sistematizou os achados: (1) Halo de hipersinal entre o fragmento acometido e o osso adjacente em T2; (2) Cistos abaixo da lesão; (3) Linha hiperintensa que se estende através da cartilagem articular que recobre a lesão; (4) Defeito osteocondral focal preenchido por fluido articular, indicando destacamento completo de fragmento ósseo.
A presença de qualquer dos achados é indicativa de instabilidade da OCD no adulto.
No entanto, para a forma juvenil, a presença de todos os achados clássicos tem apenas aproximadamente 11% de especificidade, tendo sido revisados tais critérios em 2008 por Kijowski, com adição de 3 condições para o critério do halo de hipersinal em T2, sendo necessário a presença de pelo menos uma delas, elevando a especificidade para 100%: (a) halo com mesma intensidade de sinal que o fluido sinovial; (b) presença de um segundo halo hiperintenso em T2 ao redor da lesão; (c) múltiplas quebras na placa óssea subcondral.




Palavras Chave

osteocondrite dissecante; instabilidade óssea; cartilagem epifisária; ressonância magnética; ponderação T2

Área

Musculoesquelético (incluindo USG)

Autores

Giovanni Ferreira Viggiano, Ricardo Vieira Teles Filho, Bruna Ribas Teixeira, Lhuanna Mária Barbosa Teixeira, Priscilla de Paula Gusmão, Winston Roque da Silva, Severino Rezende Oliveira Júnior, Murilo Eugênio Oliveira, Isadora Vieira Aurione