Dados do Trabalho


Título

Síndrome Cordonal Posterior - Ensaio Iconográfico

Introdução

A síndrome cordonal posterior se enquadra nas síndromes medulares incompletas e compreende as patologias que acometem predominantemente a porção posterior da medula espinhal, particularmente as colunas dorsais, envolvidas principalmente no processamento sensorial, sendo responsáveis por transmitir vibração, propriocepção consciente e toque fino (discriminativo). O cordão posterior é dividido em dois tratos ascendentes, que recebem fibras aferentes primárias das raízes dorsais dos nervos espinhais: o fascículo grácil (medial), que recebe as fibras mediais sacrais e lombares, e o fascículo cuneiforme (lateral), que recebe as fibras laterais torácicas e cervicais. Em patologias mais extensas, os tratos corticoespinhais laterais e os centros autonômicos dos cornos laterais também podem ser acometidos.
Foi realizado um levantamento retrospectivo dos exames com algumas das principais patologias envolvendo o cordão posterior da medula, selecionando as imagens mais didáticas para ilustrar este ensaio pictórico. Após a análise dos exames, foi realizada uma breve revisão dos achados clínicos e dos aspectos radiológicos de cada uma delas.

Descrição

A síndrome cordonal posterior é caracterizada clinicamente por perda de propriocepção, sensação vibratória e do toque fino, levando a ataxia sensorial com sinal de Romberg positivo, associada a história de tontura, marcha instável e quedas frequentes, principalmente durante atividades no escuro ou quando os olhos estão fechados. Em lesões extensas, que acometem também os tratos corticoespinhais laterais e os centros autonômicos dos cornos laterais, os pacientes também podem apresentar fraqueza variável, espasticidade, incontinência intestinal e vesical, disfunção erétil e hipotensão ortostática.
Numerosas entidades podem causar esta síndrome, podendo dividi-las em: causas inflamatórias (como a Esclerose Múltipla), infecciosas (como a mielopatia vacuolar relacionada ao HIV), isquêmicas (como a síndrome da artéria espinhal posterior), metabólicas (como a degeneração combinada subaguda devido à deficiência de vitamina B12, a deficiência de biotinidase e a mielopatia induzida pelo uso de metotrexate), mecânicas (como mielopatia espondilótica ou por compressão por tumores ou coleções, como no hematoma epidural espinhal ou no abscesso epidural espinhal) e hereditárias (como a leucoencefalopatia com envolvimento do tronco cerebral e da medula espinhal e elevação do lactato e a ataxia de Friedreich).

Palavras Chave

mielopatias; síndrome medular incompleta; síndrome cordonal posterior; colunas dorsais; trato ascendente posterior.

Área

Neurorradiologia

Instituições

Grupo Fleury - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Sabina Aguilera da Costa Martins, Helen Aksenow Affonso, Sthefane Louise Gomes Nunes, Carolina Gianella Cobo Chantong, Thailon Azevedo Mendes, Rodrigo Ferrone Andreioulo