Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO - BIÓPSIA DE LESÃO SUPRADIAFRAGMÁTICA: ESTRATÉGIA DE ACESSO ULTRASSONOGRÁFICO

Introdução

A biópsia de diferentes sítios exige planejamento e avaliação criteriosa, incluindo segurança, viabilidade do acesso, representatividade e acurácia da amostra a ser analisada. No planejamento, a escolha do método de imagem a ser utilizado é crucial. Áreas de captações anômalas no PET/CT, devem ser pesquisadas para evidenciar alterações anatômicas associadas ao acometimento metabólico, sendo a Tomografia Computadorizada (TC) e a Ultrassonografia (USG) os métodos mais usuais. O domínio da técnica e a experiência profissional finalizam o ajuste fino necessário para decisão do método de imagem para a realização do procedimento.

Descrição

Paciente portadora de lesões com características neoplásicas e captação anômala em PET/CT nas topografias do hilo mediastinal, confluência das veias hepáticas e cúpula diafragmática direita. Dado a proximidade da lesão com vasos centrais e profundidade de acesso com relação vascular na lesão hepática, foi realizada avaliação por USG transtorácica com visualização satisfatória do implante tumoral na pleura parietal da cúpula diafragmática direita. Extenso derrame pleural favoreceu a janela acústica para o método. A visão em real-time foi essencial para a programação e escolha do acesso dado a movimentação da lesão alvo durante as incursões respiratórias. Biópsia foi guiada por USG. O acesso da lesão foi coordenado com a respiração e possibilitou a coleta de fragmentos, sem intercorrências. Após a biópsia, realizou-se toracocentese de alívio. O anatomopatológico e imunohistoquímica dos fragmentos evidenciaram carcinoma ductal invasivo triplo-negativo.

Discussão

A biópsia do implante pleural junto à cúpula diafragmática se mostrou desafiadora, devido a movimentação contínua da lesão durante a respiração, entretanto contornada com método ecográfico. A USG transtorácica se mostrou extremamente eficaz e segura para a abordagem. A imagem em real-time favoreceu a coordenação do avanço do sistema de biópsia com segurança durante todo o procedimento. O líquido no espaço pleural foi decisivo para o sucesso técnico, possibilitando melhor janela acústica e afastando a interposição do parênquima pulmonar do trajeto de biópsia. Por fim, o domínio da técnica guiada por USG é de fundamental importância ao procedimento, seja para avaliação dinâmica, viabilidade de complementação com estudo Doppler, possibilidade de realização beira-leito, disponibilidade de aparelho, custo, tempo de procedimento e ausência de radiação ionizante.

Palavras Chave

Biópsia; biópsia guiada por ultrassom; ultrassom trastorácico; lesão supradiafragmática; câncer de mama

Área

Radiologia Intervencionista - SOBRICE

Autores

Dayhane Helena Souza Varoli, Lucas Costa Carvalho Augusto, Daniel Dias Souza Porto, Marlon Augusto Schiocchet Monarim, Diego Molina Ferreira, Gledson Garcia Paiva, Pedro Sergio Brito Panizza