Dados do Trabalho


Título

COLATERAIS PORTO-SISTÊMICAS ESPLENORRENAL E GÁSTRICAS CURTAS NA ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA: UM RELATO DE CASO

Introdução

A esquistossomose mansônica (EM) ainda representa um problema de saúde pública nacional, sendo endêmica em grande parte do território nacional. Estima-se que cerca de 5% da população brasileira esteja infectada pelo parasita causador da doença. Os principais aspectos clínicos da doença são decorrentes de lesões vasculares e repercussões na hemodinâmica portal, sendo a fibrose peri-portal determinante nesse processo. Na fase crônica da doença, em sua forma hepatoesplênica, pode-se encontrar hipertensão portal e colaterais porto-sistêmicas. Assim, a utilização da ultrassonografia associada a dopplervelocimetria, se tornam juntas, imprescindíveis para avaliação evolutiva e de gravidade da doença.

Descrição

Paciente 45 anos, proveniente de região endêmica de EM, com relato clínico de infecção na infância. Atendida, em serviço de ultrassonografia eletivo para avaliação da progressão da doença. Ao exame, visibilizada região periportal hiperecogênica, veia porta medindo, 8,2 mm, com fluxo hepatofugal, esplenomegalia, medindo 20,2 cm, presença de imagens anecoicas tubulares e serpiginosas em polo superior do baço, sugestivas de circulação colateral das veias gástricas curtas e imagem anecoica com anastomose entre os hilos esplênico e renal esquerdo, sugestiva de circulação colateral esplenorrenal.

Discussão

A ultrassonografia abdominal tem papel fundamental na avaliação da morbidade relacionada à EM por sua capacidade de revelar o estágio de gravidade da doença além de possibilitar, através da dopplervelocimetria, um estudo não invasivo e de baixo custo das alterações hemodinâmicas na EM, dado a sua natureza primordialmente vascular. O desenvolvimento de circulação colateral porto-sistêmica ocorre em resposta ao quadro hipertensivo portal sendo as mais frequentes a veia gástrica esquerda, a veia paraumbilical e as veias gástricas curtas. O desenvolvimento de colaterais esplenorrenais é mais raro quando comparado com o desenvolvimento das gástricas curtas. Dessa forma, o conhecimento de sua existência se torna possível a partir da uma boa avaliação ultrassonográfica e dopplervelocimetria. Consequentemente, proporciona informações relevantes referentes a condução clínica e cirúrgica do paciente portador da EM ao seu médico assistente

Palavras Chave

esquistossomose, ultrassonografia, dopplervelocimetria, porto-sistêmica, colaterais

Área

Ultrassonografia Geral

Autores

Raphael Mariano Pelinsari, Ana Karine Brandão Novaes, Georgia Toffolo Ribas, Guilherme Ferreira Andrade, Juliana Geoffroy Netto Amaral, Natalia Alves Fernandes, Nayara Neves Alcântara, Nassur Barroso Zogheib, Rafael Fagundes dos Anjos Araújo