Dados do Trabalho


Título

CISTOS DE INCLUSÃO EPIDÉRMICA NA TIREOIDE: RELATOS DE CASOS

Introdução

Os cistos de inclusão epidérmica (CIE) são lesões benignas que raramente acometem a tireoide. A proposta deste trabalho é relatar dois casos clínicos, um com queixa de nódulo palpável em região tireoidiana e outro com achado incidental em ultrassonografia (US). O diagnóstico clínico, ecográfico e citopatológico são indispensáveis para o conhecimento da lesão, bem como para o diagnóstico precoce e tratamento adequado.

Descrição

M.I.X.A., 69 anos, relata nódulo palpável em tireoide. Realizou US no dia 15/06/2022 que evidenciou nódulo intratireoidiano de aspecto sólido, levemente hipoecoico, com raras áreas císticas de permeio, contornos regulares e sem calcificações em terço inferior do lobo direito, medindo 1,6 x 1,2 x 1,2 cm.
J.P.C., 64 anos, realizou US em 17/06/2022 que mostrou nódulo intratireoidiano de baixa ecogenicidade com pequenas áreas císticas e raros focos ecogênicos de permeio em segmento médio/inferior do lobo esquerdo, medindo 2,2 x 1,4 x 1,5 cm.
Ambos foram classificados como ACR TI-RADS 4 e encaminhados para punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Apresentaram resultados citopatológicos semelhantes que evidenciaram material amorfo de fundo com escamas córneas, raras células escamosas sem atipias, cristais e sinais de malignidade, sugestivos de cisto de inclusão epitelial.

Discussão

A etiologia do CIE na tireoide ainda é desconhecida, porém as duas principais hipóteses são que os cistos se formam a partir da reativação do ectoderma remanescente aprisionado no 1º e 2º arcos faríngeos ou por focos de metaplasia escamosa induzidas por graves alterações inflamatórias crônicas e fibróticas na tireoide. À US o nódulo é unilocular, de margens circunscritas e baixa ecogenicidade, variando de 1,1 a 4,4 cm. No estudo histopatológico são vistos um revestimento de células epiteliais escamosas circundados por uma camada fibrosa e fibras musculares lisas. Seu risco de transformação maligna é raro. O CIE normalmente se apresenta como nódulo solitário, assintomático e sem linfonodos associados. Sintomas compressivos foram relatados em casos de cistos de grandes dimensões, sendo necessário tratamento cirúrgico.
Apesar dos CIE serem raros na prática clínica, é fundamental que essa hipótese diagnóstica seja considerada, principalmente ao encontrar células escamosas benignas e sem sinais de malignidade em um aspirado da tiroide. A PAAF possui papel essencial, porém a correlação clínico-radiológica faz-se primordial quando não é possível a confirmação citológica.

Palavras Chave

Tireoide, cisto epidermóide, tumores, ultrassonografia, PAAF

Área

Ultrassonografia Geral

Autores

Nicole Georges Lambrakos, Beatriz Guedes de Carvalho Souza, Caio Liguori de Paula, Rudolf Moreira Pfeilsticker, Núbia Bernardes Carvalho, Bernardo Lopes Cançado Fonseca, Mário Henrique Giordano Fontes, Andrea de Freitas Werner, Gabriela Maciel Campolina Cardoso