Dados do Trabalho


Título

Da fístula à angioplastia. Complicação vascular em relato de caso de um dialítico.

Introdução

A estenose ou oclusão venosa central caracteriza-se pela diminuição do fluxo sanguíneo da veia cava superior (VCS) rumo ao átrio direito. Ademais, sua principal etiologia é representada pela neoplasia pulmonar e uma pequena parcela, cerca de 5%, é constituído por causas benignas, entre elas, complicações de cateteres centrais e fístulas arteriovenosa (FAV). O reconhecimento e tratamentos precoces são essenciais para a manutenção do tratamento dialítico. O corrente estudo possui como objetivo apresentar o caso sobre estenose venosa central de membro superior direito (MSD) em um paciente em hemodiálise.

Descrição

A.C.M.D., 58 anos, homem, com DM II, HAS, coronariopatia e doença renal crônica dialítica. Encaminhado à emergência pelo serviço de hemodiálise para avaliação de FAV braquio- basílica após a constatação de inchaço pronunciado em MSD. Ao exame físico, edema volumoso em MSD, sinais de colateralização em tórax anterior e turgência jugular. Na angiotomografia se averiguou a presença de VCS pérvia, com redução do calibre do seu terço distal na altura da confluência braquiocefálica esquerda. Além disso, presença de obliteração da porção distal da veia braquiocefálica direita e da veia subclávia ipsilateral, associada a dilatação da veia axilar e formação de circulação colateral no hemitórax em correspondência. Após constatação diagnóstica por imagem, o tratamento seguiu para angioplastia com stent de veias braquicefálica e subclávia direitas. Em reavaliação, paciente em bom estado geral sem demais queixas com realização de hemodiálise habitual.

Discussão

A oclusão venosa central é uma complicação comum em pacientes em hemodiálise de forma a atingir 5-17% dos pacientes. Assim, a doença apresenta importância clínica tanto pelas manifestações de sinais e sintomas debilitantes da hipertensão venosa quanto pelo aumento do risco de perda do acesso nos pacientes em hemodiálise. O status de hiperfluxo da FAV de longo tempo e a utilização do cateter duplo lúmen determinam dano físico vascular, lesões progressivas e resposta inflamatória com espessamento e estenose luminal. Os achados encontrados na angiotomografia confirmam o diagnóstico ao mostrar redução do calibre das veias braquiocefálica e subclávia direitas, associadas a dilatação da veia axilar, em concordância à formação de circulação colateral no hemitórax ipsilateral. Por isso, quadro seguro de reconhecimento com o devido encaminhamento para angioplastia.

Palavras Chave

Estenose venosa; oclusão venosa; hemodiálise; complicações; angiotomografia

Área

Tórax

Autores

LETÍCIA DAIANE BENCKE DA SILVA, RUAN MATHEUS NASCIMENTO TOLEDANO, ANDRE LUIZ ALVES, JESSICA ANDRADE, SIMONE VICENTE DIAS DA SILVA, RUCHELY KRAMER DA SILVA, MATEUS HENRIQUE RIBEIRO DE ALMEIDA, ANA CAROLINA DE FREITAS ZANNETE, BÁRBARA CAROLINE GOMES DA SILVA