Dados do Trabalho


Título

Fístula aortopulmonar e pseudoaneurisma aórtico relacionados a trauma penetrante torácico: Um relato de caso.

Introdução

Lesões vasculares pulmonares, incluindo fístulas arterioarteriais e pseudoaneurismas aórticos, são complicações incomuns de lesões penetrantes no tórax. O objetivo deste estudo é relatar um caso raro de fístula aortopulmonar associado a pseudoaneurisma aórtico secundário à trauma e demonstrar o papel da angiotomografia de tórax e cardíaca no diagnóstico.

Descrição

Homem, 49 anos, admitido por lesão perfurocortante em região paraesternal esquerda, estável hemodinamicamente, evoluiu durante internamento com sopro sistólico novo em foco aórtico acessório e pulmonar (4+/6+). O ecocardiograma transtorácico exibiu imagem sugestiva de pequeno pseudoaneurisma aórtico. A angiotomografia de tórax e coronárias evidenciou uma fístula aortopulmonar (com origem na aorta torácica ascendente e trajeto para o tronco da artéria pulmonar). O paciente foi submetido à correção cirúrgica e durante o intraoperatório, também foi observado a presença de pseudoaneurisma em região posterior da aorta, próximo à veia cava superior, também secundária ao trauma.

Discussão

As fistulas aortopulmonares (APFs) são incomuns. Podem ser congênitas ou adquiridas. Sua associação com cardiopatias congênitas, incluindo reparo de coarctação da aorta é bem conhecida. As causas de APFs adquiridas incluem a ruptura de um aneurisma da aorta torácica na artéria pulmonar (AP) como complicação da dissecção da aorta e procedimentos da valva aórtica ou pulmonar, como o procedimento de Bentall, trauma, e sepse.
A susceptibilidade à formação de fístulas nesta região ocorre porque, ao nível logo acima da válvula aórtica, tanto a aorta ascendente quanto o tronco da artéria pulmonar compartilham uma adventícia comum e portanto um paciente com trauma perfurante nesta região, mesmo que assintomático, deve ser examinado ativamente em busca de envolvimento vascular. Este acometimento, apesar de raro, requer diagnóstico precoce pelos possíveis desfechos catastróficos.
A angiotomografia de tórax é o exame inicial pela sua ampla disponibilidade, sendo necessário na maioria das vezes a complementação com angiotomografia cardíaca, uma vez que permite a sincronização das imagens com as fases do ciclo cardíaco, eliminando os artefatos gerados pelos batimentos cardíacos, e evitando assim armadilhas que gerem falsos positivos. Desta forma, diante da suspeita clínica, o radiologista deve pesquisar ativamente os achados de imagem e estar familiarizado com os recursos que possam ser utilizados para sugerir este diagnóstico.

Palavras Chave

Contusões Miocárdicas, Aorta Torácica, Tomografia Computadorizada, Aneurisma Aórtico, Fístula Artério-Arterial

Área

Cardiovascular

Instituições

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) - Pernambuco - Brasil

Autores

Jamile Melo Casado Pereira, Sávio Emmanuel Santos Moura Moura, Maria Fernanda Cavalcanti Farinha Luna Coutinho, Diogo Luiz Magalhães Ferraz, José Fabrício Macêdo, Ana Beatriz Gonçalves Duarte