Dados do Trabalho


Título

PSEUDOCISTO PANCREÁTICO COM ACOMETIMENTO ESPLÊNICO

Introdução

Pseudocistos pancreáticos são complicações comuns da pancreatite, geralmente sem necessidade de tratamento, mas podem romper ou se comunicar com outros sítios anatômicos. No entanto, o baço raramente é envolvido. Até 2001, menos de 50 casos haviam sido descritos na literatura científica inglesa. No caso apresentado, foi evidenciado pseudocisto pancreático em comunicação com cisto no baço, em paciente com história de laceração esplênica. A análise do líquido drenado da coleção esplênica confirmou a origem pancreática.

Descrição

Paciente masculino, 51 anos, DM2 e HAS, com história de pancreatite aguda por hipertrigliceridemia há 1 ano e formação de pseudocisto em cauda pancreática, em acompanhamento aguardando cirurgia eletiva. Sofreu trauma automobilístico com laceração esplênica grau IV há 2 meses, com tratamento conservador. Vem a emergência devido dor abdominal em HCE, associado a náuseas e vômitos. Realizada tomografia computadorizada (TC). Notou-se surgimento de formação cística no polo superior do baço, em comunicação com as áreas de laceração prévia, com volume de 856 ml. O pseudocisto pancreático ainda estava presente, com dimensões discretamente aumentadas em relação ao exame prévio de 2 meses antes. Havia íntimo contato e aparente trajeto de comunicação entre os cistos.
Paciente permaneceu com dor refratária à analgesia. Optado por drenagem da coleção esplênica guiada por TC, cujo material revelou ser secreção rica em amilase. Após 4 dias foi optado por realizar novo exame de controle, onde o pseudocisto pancreático apresentou discreto aumento do seu volume, enquanto a coleção esplênica havia reduzido. Paciente evoluiu bem após procedimento. Foi de alta com retorno ambulatorial para planejamento da drenagem do pseudocisto pancreático.

Discussão

Os pseudocistos são complicações da pancreatite e o envolvimento esplênico é raro. Os fatores etiológicos podem ser: vascular, devido a trombose da veia esplênica que pode evoluir para hiperesplenismo e hipertensão portal do tipo fugal, mecânico, por culpa das aderências periesplênicas, e enzimático pelo efeito da ação direta de enzimas pancreáticas sobre o parênquima esplênico ou pela invasão. Para confirmar esse diagnóstico é necessário que um dos três critérios esteja presente: 1. presença de tecido pancreático dentro ou adjacente à parede do cisto esplênico, 2. níveis de amilase no líquido maiores que a amilase sérica OU 3. a evidência macro ou microscópica de pancreatite sem história de trauma ou de doença esplênica prévia.

Palavras Chave

Pseudocisto pancreático; Cisto esplênico; Laceração esplênica; Drenagem guiada por tomografia; Complicações da pancreatite.

Área

Abdominal Gastrointestinal

Autores

RUCHELY KRAMER DA SILVA, GUSTAVO LEMOS PELANDRÉ, RUAN MATHEUS NASCIMENTO TOLEDANO, ANDRÉ LUIZ ALVEZ, JÉSSICA ANDRADE, SIMONE VICENTE DIAS DA SILVA, BÁRBARA CAROLINE GOMES DA SILVA, SARA MAYUMI TODA, LETÍCIA DAIANE BENCKE DA SILVA