Dados do Trabalho


Título

CISTO DE DUPLICAÇÃO GÁSTRICA SINTOMÁTICO EM RECÉM-NASCIDO

Introdução

Os cistos de duplicação do trato gastrointestinal (GTDCs) afetam mais comumente o íleo, seguidos pelo esôfago, intestino grosso e jejuno; a localização gástrica é responsável por menos de 10% de todas as duplicações gastrointestinais. Constituem anomalia congênita rara (1:4.500 nascidos vivos), podendo existir desde a boca até o ânus. Apesar dos fatores de risco não serem totalmente conhecidos, sabe-se que a população feminina é a mais comumente afetada por essa patologia.

Descrição

Paciente feminina, 8 dias de vida, nascida a termo, pesando 2.755g. Em acompanhamento com a equipe de medicina fetal devido à presença de cisto abdominal observado em ecografia obstétrica de rotina. Prosseguiu-se investigação com ressonância magnética (RM) fetal que identificou, medialmente à vesícula biliar, formação cística medindo cerca de 2cm, considerando assim a possibilidade de cisto de colédoco. Após o nascimento, realizou-se ecografia abdominal que evidenciou formação cística medindo 4,2 x 3,8 cm, de difícil caracterização e origem, localizada caudalmente ao fígado e à vesícula biliar, com paredes finas, alguns debris de permeio, sem septações e determinando compressão de estruturas adjacentes.
Como sintomas, a paciente apresentava vômitos intermitentes e de conteúdo leitoso e, ao exame físico, uma massa cística era palpável no hipocôndrio direito. A RM de abdômen pós-natal demonstrou formação cística sub-hepática, sem sinais de septos ou componente sólido no seu interior, considerando a possibilidade de linfangioma cístico ou cisto de duplicação neuroentérico, descartando a hipótese inicial de cisto de colédoco.

Discussão

A realização da Ultrassonografia e da Ressonância Magnética, com posterior indicação de laparotomia exploratória, diagnosticaram com sucesso o caso raro de um cisto de duplicação gástrica em um recém-nascido. O diagnóstico adequado associado ao melhor planejamento cirúrgico proporcionado pelos exames de imagem, reduz as chances de transformação maligna dos cistos e proporciona sobrevida e qualidade de vida favoráveis aos recém nascidos.

Palavras Chave

Duplicação gástrica; Cisto gástrico; Recém nascido; Estômago; Tomografia Computadorizada; Ultrassonografia

Área

Abdominal Gastrointestinal

Autores

Carolina Knorst Kepler, Marilia Oberto da Silva Gobbo, Mariana Tanus Stefani, Isabela Semmelmann Maia, Gabriele Carra Forte, Cristina Carra Forte, Ricardo Foscarini Silva, Rubens Gebriel Feijó Andrade, Bruno Hochhegger