Dados do Trabalho


Título

HEMANGIOMAS COEXISTENTES ENVOLVENDO CALOTA CRANIANA, ARCO COSTAL E LOBO HEPÁTICO DIREITO: UM RELATO DE CASO.

Introdução

Hemangiomas são tumores benignos frequentes capazes de comprometer o tecido ósseo e de partes moles em praticamente todo o corpo humano. Embora os corpos vertebrais e a calota craniana sejam localizações comuns, hemangiomas coexistentes de múltiplos órgãos é uma apresentação rara. Na literatura médica, inclusive, há dificuldade para encontrar casos descritos e não há claro consenso sobre sua prevalência e terminologia. Este estudo objetiva divulgar a entidade descrita e pretende tornar-se possível fonte de informação para o raciocínio radiológico em contexto clínico-laboratorial adequado.

Descrição

Sexo feminino, 46 anos, evoluindo com tumoração frontal indolor à direita há 4 meses. Após exames iniciais, constatada lesão lítica insuflativa no quinto arco costal direito em radiografia simples de tórax. Devido à suspeita de metástases, foi realizado estadiamento por tomografia computadorizada (TC), sendo caracterizado efeito expansivo das lesões intraósseas, bem como evidência de nova lesão, agora no lobo hepático direito, de grandes dimensões e aspecto agressivo, aumentando ainda mais a suspeita para implantes secundários. Na ressonância magnética (RM), dentre outras características, a lesão hepática exibia áreas centrais que restringiam à difusão, sugerindo degenerações císticas/necrose. Foi optada pela realização de biópsia hepática percutânea guiada por ultrassonografia e ressecção em bloco da lesão de calota craniana. Em ambos, o diagnóstico foi de hemangioma após análise histopatológica.

Discussão

Hemangiomas primários são tumores vasculares benignos, usualmente classificados em quatro tipos: cavernoso, capilar, venoso e arteriovenoso. Acometem o tecido osteomuscular, órgãos isolados e, mais raramente, múltiplos sistemas. Na TC, as lesões intraósseas são tipicamente líticas, bem delimitadas, com espessamento trabecular interno vertical (sal e pimenta) ou radiado (em favo-de-mel ou raios-de-sol). Na RM, costumam exibir alto sinal em T1 e T2, porém a apresentação varia conforme a quantidade de gordura. Ressalta-se que a suspeição para malignidade aumenta em lesões com pouca ou sem identificação de gordura (como nos hemangiomas atípicos) e em lesões de aspecto expansivo encontradas nas formas agressivas. Neste contexto, pode haver dúvidas quanto ao diagnóstico, fazendo-se necessário confirmação histopatológica. A radiologia diagnóstica e intervencionista podem contribuir na condução satisfatória destes casos.

Palavras Chave

Hemangiomas coexistentes - hemangioma ósseo - hemangioma hepático - tumores vasculares benignos - radiologia intervencionista

Área

Musculoesquelético (incluindo USG)

Autores

EDUARDO PORTO CUNHA, RAFAEL PIMENTA CAMILO, GIOVANNI BESSA PEREIRA LIMA, LUIZ RONAN MARQUEZ FERREIRA SOUZA, ADRIANO JANDER FERREIRA, BRUNO DORIGUETTO COUTO FERREIRA, ANTÔNIO CARLOS OLIVEIRA MENESES