Dados do Trabalho


Título

RELATA DE CASO: CARCINOMA DE VESÍCULA BILIAR COM INVASÃO HEPÁTICA EM PACIENTE JOVEM.

Introdução

Carcinoma de vesícula biliar em paciente feminina, 35 anos, sem história prévia de cálculo biliar, a qual apresenta perfil inesperado já que o câncer de vesícula biliar é mais comum em idade média superior a 67 anos e tem como principais fatores de risco história de cálculos biliares, que estão presente em 85% dos casos, processos inflamatórios/infecciosos, obesidade, pólipos e história genética.

Descrição

Feminina, 35 anos, busca a emergência por dor em hipocôndrio direito e náusea há duas semanas, sem perda de peso ou febre, exames laboratoriais com função hepática e canalicular normais. Para análise complementar foi solicitado ultrassonografia de abdômen total por suspeita clínica de colelitíase.
A ultrassonografia identificou lesão vegetante vascularizada, na topografia do fundo vesicular, com significativo espessamento da parede vesicular adjacente e ausência de litíase. Orientado prosseguimento da investigação. Foi realizada tomografia computadorizada e colangioressonância de abdômen com contraste que confirmou a lesão expansiva de aspecto vegetante com epicentro no fundo da vesícula biliar, estendendo-se para a transição dos segmentos hepáticos IVB e V e presença de linfonodomegalias junto do hilo hepático/pré-cavais.
Paciente foi submetida a procedimento cirúrgico, sendo realizado colecistectomia e ressecção hepática parcial, associada a linfadenectomia retroperitoneal e a amostra foi submetida a avaliação anatomopatológica, que teve como resultado infiltração difusa da parede da vesícula biliar por carcinoma moderadamente diferenciado, ulcerado e transmural infiltrando o tecido hepático. Identificou-se também presença de foco polipoide da neoplasia na mucosa com formação tubuliforme (adenocarcinoma) e linfonodos retroperitoneais com presença de metástase.

Discussão

O câncer de vesícula biliar é relativamente raro, sendo o adenocarcinoma o tipo histológico mais comum. Devido os sintomas serem inespecíficos, como dor abdominal, náuseas ou vômitos, indigestão e perda de peso, o diagnóstico geralmente é tardio o que gera um prognóstico de sobrevida menor que 5 anos em 90% dos casos, menos de 10% dos pacientes diagnosticados com a doença tem tumor ressecável no momento da cirurgia e quase 50% têm metástase linfonodal.
Apesar do avanço e do aumento do uso da imagem radiológica, a maioria dos diagnósticos é feito de forma incidental o que torna a avaliação médica tanto clínica quanto de imagem essencial para o diagnóstico precoce.

Palavras Chave

vesícula biliar; carcinoma; feminina; jovem; imagem radiológica.

Área

Abdominal Gastrointestinal

Autores

Carol Fernandes J. S Cunha, Emílie Von Ahn Bierhals Gowert, Caroline Rodrigues Teixeira, Marissa Kanitz, Caroline Milioli Guimarães, Michelle Cristina Fernandes, Marina Cobalchini, Jéssica Frota