Dados do Trabalho


Título

Prevalência de exames radiológicos não retirados durante o ano de 2018 e a análise do impacto terapêutico ao paciente e ao sistema de saúde, no Serviço de Diagnóstico por Imagem do Hospital Ernesto Dor

Introdução

Nos últimos anos, o número de exames de imagem solicitados vem crescendo exponencialmente, resultado de uma tecnologia mais disponível associada a maior acessibilidade a saúde. A ocorrência de exames complementares com resultado alterado sem seguimento adequado na prática ambulatorial e hospitalar é de extrema importância no cuidado com o paciente. Essa perda da avaliação do resultado pelo médico solicitante pode ter consequências catastróficas, mesmo com achados que não requerem conduta imediatas. Visto o expressivo número de exames realizados em nosso serviço, identificou-se uma lacuna no processo entre a solicitação dos exames e a avaliação do resultado pelo médico assistente, especificamente a não retirada de exames. Assim, visando obter um panorama dos potenciais problemas e elencar soluções para melhorar a qualidade no diagnóstico do paciente, esse estudo tem como objetivo avaliar a prevalência de exames radiológicos não retirados no serviço.

Casuística e Métodos

Conduzido estudo observacional transversal retrospectivo, com coleta de dados de todos os exames radiológicos realizados em quatro meses do ano de 2018 que nāo tiveram seus resultados retirados. A amostra foi avaliada quanto a origem da solicitação (ambulatorial ou internação hospitalar), ocorrência ou não de achados críticos, e separada nos diferentes métodos de imagem utilizados.

Resultados

21.432 exames foram realizados no período observado e 1.360 exames radiológicos não retirados (1,6%). Achados não críticos prevaleceram nos exames não retirados, apresentando 92,2 % de toda amostra. Dentre os 106 exames com achados críticos, fratura se apresentou em maior quantidade (0,7%) e acidente vascular cerebral em segundo (0,6%). Ecografia foi o método mais prevalente (49,7%), seguido da tomografia computadorizada (17,5%). A origem ambulatorial da solicitação foi quase a totalidade dos casos (99,8%).

Conclusões

Embora o número de casos críticos tenha sido menor, a não retirada destes resultados causa grande preocupação, diante da gravidade e necessidade da realização de um diagnóstico e tratamento precoce. As demais análises encontradas estão de acordo com as encontradas na literatura e evidenciam a perda de resultados críticos o seguimento dos pacientes. Assim, minimizar o número de exames de imagem não avaliados é de suma importância em todos os serviços, para garantir que achados importantes e que, possivelmente, demandem conduta ativa imediata, tenham acompanhamento clínico apropriado.

Palavras Chave


Palavras chave: radiologia, seguimento, achados críticos

Área

Qualidade e Gestão

Autores

Luciana Eltz Soares, Vitor Ruwer Werle, Bruna Arriaga da Costa Schmidt, Jéssica Martins Ulrich, Fernando Moraes Weiler, Fábio Bonalume, Carolina Castro Trindade, Maria Elisa Peinado Miller, Larissa Reginato Junges