Dados do Trabalho


Título

ATROFIA CEREBRAL, INFLAMAÇÃO E NEURODEGENERAÇÃO PELA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA

Introdução

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica e desmielinizante do Sistema Nervoso Central (SNC) com dois componentes patogênicos: inflamação e degeneração. Tradicionalmente, a EM é considerada uma doença autoimune mediada por células T e B aberrantes, que agridem a mielina e os oligodendrócitos. Jean Marin Charcot, em 1868, descreveu inflamação, desmielinização e preservação relativa de axônios como sendo características histopatológicas da “Sclérose em plaques” e foram observadas a presença de alterações axonais como edema axonal em placas agudas, associadas a perda axonal com a gravidade da doença. A atrofia cerebral ocorre em todos os estágios clínicos de EM a uma taxa de 0,5-1,0%/ano versus 0,1-0,3%/ano em indivíduos saudáveis. A incorporação destas novas tecnologias no seguimento de pacientes com EM vem permitindo uma melhor compreensão dos processos de neuroinflamação e neurodegeneração que representam os principais mecanismos de doença. A carga lesional e a atrofia cerebral são importantes biomarcadores para avaliação da doença e da sua progressão. Foram encontrados poucos estudos sobre a volumetria cerebral e carga lesional em pacientes com esclerose múltipla o que nos motivou a realizar a revisão literária sobre a avaliação da inflamação e da neurodegeneração pela ressonância magnética em pacientes com esclerose múltipla.

Descrição

A perda de volume cerebral foi relatada como um componente da EM nas primeiras descrições da patologia. Na RM convencional a carga lesional é demonstrada por lesões em T2 e FLAIR e a atrofia cerebral, por acentuação dos sulcos e cissuras e aumento do sistema ventricular. Nas últimas décadas, a atrofia cerebral na EM tem sido cada vez mais discutida e os avanços da neuroimagem pela RM tem permitido quantificar o volume cerebral e da carga lesional. Apesar do mecanismo exato subjacente a perda da substância cinzenta ainda não ser completamente elucidado, as medidas de atrofia são estudadas como um marcador de neurodegeneração e progressão de doença. A avaliação da volumetria da substância cinzenta tem notoriedade nos estudos, porque pode estar presente nas fases iniciais da doença. A atrofia cerebral avaliada pela volumetria na EM e com a diferença da carga lesional trazem evidências que sugerem que o processo de neurodegeneração seja independente do processo inflamatório.

Palavras Chave

ATROFIA CEREBRAL, INFLAMAÇÃO E NEURODEGENERAÇÃO PELA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM PACIENTES COM ESCLEROSE MÚLTIPLA, ATROFIA CEREBRAL, VOLUMETRIA, NEURODEGENERAÇÃO, INFLAMAÇÃO

Área

Neurorradiologia

Autores

ANNA CHRISTIANY BRANDÃO NASCIMENTO, Nathalie Stéphanie Meneguette, Ana Carolina Ribeiro Araujo Araujo, PAULO ROBERTO VALLE BAHIA, MARIANA PENTEADO NUCCI, CAROLINA DE MEDEIROS RIMKUS, ANTONIO GOMES LIMA JR, CLAUDIA DA COSTA LEITE, REGINA MARIA PAPAIS-ALVARENGA