Dados do Trabalho


Título

Ruptura esplênica espontânea na leucemia linfóide aguda infantil - relato de caso

Introdução

A ruptura esplênica espontânea é uma complicação atraumática, rara, com risco de vida. Requer diagnóstico imediato e tratamento precoce para garantir a sobrevivência do paciente. Pode ocorrer secundariamente à malignidade hematológica, e entre esse subgrupo de pacientes, a leucemia linfoide aguda (LLA) é uma das causas a serem consideradas. Este é um relato de caso de uma ruptura esplênica espontânea em um paciente com LLA.

Descrição

Criança do sexo masculino, 4 anos, com diagnóstico de Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) pré-B, em acompanhamento pelo nosso serviço, com histórico de diversas complicações durante tratamento quimioterápico, incluindo pancreatite secundária à medicação.
Na última internação, o paciente apresentou piora clínica, cursando com dor abdominal intensa, instabilidade hemodinâmica, prostração, taquicardia e palidez, sendo então transferido para unidade de terapia intensiva pediátrica.
Foi solicitada tomografia computadorizada (TC) de abdome, que evidenciou grande hematoma pericapsular esplênico, associado a fratura / ruptura do baço e conteúdo hemático livre na cavidade abdominal. Não foi identificado sangramento ativo, optando-se por estabilização hemodinâmica e tratamento inicialmente conservador. A criança manteve-se estável com a conduta expectante não cirúrgica. Estudos ultrassonográficos de controle confirmaram a fratura / ruptura esplênica e progressiva redução do hematoma.

Discussão

A ruptura esplênica é uma complicação abdominal rara e sua suspeição e reconhecimento precoce é fundamental na urgência. Algumas causas específicas são relatadas na infância, como neoplasias malignas, distúrbios infecciosos, hematológicos e metabólicos. Dentre as etiologias malignas, destaca-se a leucemia linfóide aguda (LLA). A ultrassonografia e a tomografia computadorizada são ferramentas práticas na urgência com achados característicos que devem ser reconhecidos. Por ser um evento raro, a ruptura esplênica espontânea geralmente não é considerada como possível diagnóstico, sendo alertado nessas situações pelo radiologista.

A esplenectomia é a opção cirúrgica preferida. No entanto, a ausência de sinais de sangramento ativo à imagem e estabilidade hemodinâmica permitem a tentativa de conduta expectante conservadora com melhores índices de sobrevida e menor morbimortalidade.

Palavras Chave

Ruptura esplênica; leucemia linfoblástica aguda; tratamento conservador; baço; ultrassonografia.

Área

Pediatria (incluindo USG pediátrico)

Instituições

REDE MATER DEI - Minas Gerais - Brasil

Autores

Lucas Ferreira Avelar, Carolina Pimentel Orsini, Gabriela Seabra Freitas, Raphael Guedes Andrade, Fabiana Paiva Martins