Dados do Trabalho


Título

TUMOR OVARIANO NA MULHER JOVEM: ASPECTOS ULTRASSONOGRÁFICOS E DESAFIOS DIAGNÓSTICO DE UM DISGERMINOMA

Introdução

As imagens pélvicas anexiais, de localização ovariana, podem ter diferentes etiologias, variando de condições benignas como cistos lúteos funcionais até neoplasias. As neoplasias são responsáveis por 3,7% das mortes por câncer em mulheres no Brasil entre 2016-2020, segundo o INCA e podem ser categorizadas histologicamente em: epiteliais, germinativos e estromais do cordão sexual, tendo frequência variável de acordo com a faixa etária estudada. Sabe-se que as neoplasias epiteliais representam 95% dos tumores ovarianos na mulher adulta, porém apenas 20% dos tumores em mulheres jovens, sendo os de células germinativas os mais comuns nesse grupo. O diagnóstico muitas vezes só é feito tardiamente pois a maioria só apresenta sinais e sintomas em fases mais avançadas da doença.

Descrição

Paciente 19 anos, nulípara, procurou serviço de ultrassom eletivo, após quadro de intensa dor pélvica nos últimos 06 meses, com recorrentes registros de atendimentos e sem elucidação do quadro. Solicitado exame de abdômen total, no qual foi observado uma massa localizada em linha média da região pélvica, estendendo-se até cicatriz umbilical, com volume de 401,0 cm³, de contornos lobulados, ecotextura heterogênea, mesclando áreas ecogênicas e hipoecogênicas, associada a moderada captação central e periférica de fluxo ao estudo Doppler, de provável origem ovariana. Realizado encaminhamento da paciente para serviço ginecológico de referência, onde foi programada cirurgia eletiva para exérese da massa. Obtida imagem da peça cirúrgica e posterior laudo anatomopatológico, que revelou uma neoplasia maligna sólida indiferenciada e estudo imuno-histoquímico compatível com disgerminoma

Discussão

Conforme a classificação histopatológica das neoplasias ovarianas, o disgerminoma faz parte da categoria dos tumores germinativos. Alguns autores o consideram o tumor germinativo maligno mais comum na faixa etária da paciente em estudo. Os sinais e sintomas inicialmente podem se confundir com outras patologias abdominais ou pélvicas o que torna a ultrassonografia um método de extrema importância na condução desses casos, pois é na maioria das vezes o primeiro método de imagem utilizado. Os sinais ecográficos, apesar de insuficientes para diferenciar histologicamente as neoplasias, são ao mesmo tempo determinantes para agilizar e direcionar condutas cirúrgicas dos casos sugestivos de maior risco de malignidade.

Palavras Chave

ultrassonografia, neoplasia, tumor ovariano, disgerminoma, imunohistoquímica.

Área

Ultrassonografia em Ginecologia

Instituições

INSTITUTO MINEIRO DE ULTRASSONOGRAFIA (IMEDE) - Minas Gerais - Brasil

Autores

Aristóteles Santos Chaves, Raphael Mariano Pelinsari, Anderson Oliveira Andrade, Ana Karine Brandão Novaes, Caio de Vasconcelos Sarmento , Joyce Luciana de Oliveira Costa, Juliana Aguiar Cavalcante Diniz, Natália Oliveira Marques, Vanessa Cristina Fernandes Lopes