Dados do Trabalho


Título

Tumor de Células Gigantes Tenossinovial no Punho: Apresentação Clínica, Radiológica e Anatomopatológica

Introdução

Tumores de células gigantes tenossinoviais (TCGT) são neoplasias benignas, raras e de etiologia desconhecida, caracterizadas por massas frequentemente solitárias, de crescimento lento, com origem nas bainhas dos tendões ou nas cavidades articulares. As formas localizadas envolvem geralmente os dedos das mãos e dos pés.

Descrição

Paciente feminina, 33 anos, apresentou aumento de partes moles na face volar do punho direito, de evolução lenta, sem queixas álgicas.
Realizou radiografias simples do punho direito sem alterações. A ultrassonografia (US) demonstrou lesão expansiva hipoecóica, móvel, localizada entre os flexores superficiais e profundos dos dedos, com discreto fluxo ao Doppler colorido. A ressonância magnética (RM) evidenciou sinal predominantemente intermediário em T2 / DP e T1 na lesão, com padrão de realce intenso e homogêneo.
Ao exame físico, a lesão era identificada apenas durante as manobras dinâmicas de flexo-extensão dos dedos. Foi submetida à ressecção cirúrgica completa.
O estudo anatomopatológico mostrou células multinucleadas, estroma com células inflamatórias, além de depósitos de hemossiderina. Esses achados confirmaram TCGT.

Discussão

O TCGT é a segunda massa mais comum da mão, com discreta predominância feminina (2:1) e pico de incidência entre 40 e 50 anos.
A sintomatologia relativamente inespecífica determina, muitas vezes, atraso no diagnóstico e tratamento. Os principais diferenciais são cistos ganglionares e fibromas da bainha tendínea.
Radiografia padrão contribui na avaliação, uma vez que em alguns casos há anormalidades ósseas associadas. US é amplamente empregada, mostrando massas sólidas hipoecóicas, com localização sugestiva de TCGT, tendo como maior vantagem a avaliação dinâmica da lesão. Ao Doppler colorido, aparece discreto fluxo. A RM é necessária para o diagnóstico e o planejamento cirúrgico. A carga tecidual heterogênea de hemossiderina é responsável pelo sinal baixo ou intermediário em T1 e T2. T2* mostra focos de decaimento de sinal (artefatos de “blooming”). Realce intenso e homogêneo pode ser visto.
A confirmação histológica ainda é recomendada.
Embora o TCGT seja benigno, pode sofrer transformação maligna ou apresentar comportamento agressivo, por isso é importante diferenciá-lo de outras patologias antes da excisão cirúrgica. Quando indicada, a ressecção completa é o ideal para evitar recorrência.

Palavras Chave

Tumor de células gigantes tenossinovial; Bainha tendínea; Tendão flexor; Achados radiológicos; Anatomopatológico.

Área

Musculoesquelético (incluindo USG)

Autores

MARÍLIA DA CRUZ FAGUNDES, BRUNA MARIA STOFELA SAROLLI, RAFAEL BRINGE FREITAS, LUIS RICARDO COELHO FERREIRA, BEATRIZ BENETTI, RENATA CRISTINA MÜLLER, EDUARDO RAMOS SAMPAIO, LARISSA LUVISON GOMES DA SILVA, CARLOS EDUARDO SÁENZ