Dados do Trabalho


Título

DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO DE EMBOLIZAÇÃO PULMONAR PÓS PROCEDIMENTO DE CIMENTAÇÃO ÓSSEA: RELATO DE CASO

Introdução

Alguns procedimentos ortopédicos como a vertebroplastia são indicações formais ao método da cimentação óssea. Não isento de possíveis efeitos colaterais, essas cirurgias podem evoluir para a Síndrome da Implantação Óssea culminando em desfechos desfavoráveis.

Descrição

Paciente do sexo feminino, 81 anos, cardiopata, hipertensa, dislipidêmica e vasculopata, procura o serviço médico com queixa de dispneia aos moderados esforços de início recente. Foi encaminhada ao serviço de Cardiologia para estratificação de risco coronariano e durante a avaliação complementar foi realizado ecocardiograma mostrando fração de ejeção de 43% não justificando o quadro de dispneia, tendo em vista a terapia otimizada já em uso. Durante o cateterismo, além das lesões leves encontradas, perceberam-se imagens hiperdensas bilaterais no parênquima pulmonar. A Tomografia Computadorizada evidenciou, dentre outras alterações, a presença de material hiperdenso preenchendo ramos subsegmentares das artérias pulmonares bilateralmente associados a leve aumento do seu calibre. Ainda, nos níveis de T11 a L2 percebeu-se sinais de vertebroplastias com material de embolização em veias paravertebrais a nível de L2.

Discussão

A SIOC é caracterizada pela hipotensão e hipóxia que ocorre durante o procedimento de cimentação óssea. A sua incidência durante esses procedimentos é de aproximadamente 20% e a taxa de letalidade devido ao colapso vascular de 0,5 a 1,7%.
De acordo com o modelo do embolismo, a Síndrome da Implantação Óssea é causada devido a êmbolos originados explicados pela pressurização aplicada no procedimento. O material que é potencialmente facilitado a ganhar a circulação pode ser constituído de gordura marrom, partículas ósseas, agregados de plaquetas, fibrinas e o próprio cimento.
O estudo desenvolvido por Donaldson et al., classifica o espectro de gravidade da síndrome em 3 níveis de acordo com o nível de hipóxia, hipotensão e consciência do paciente e, felizmente, a maioria desenvolve a síndrome não-fulminante, porém, com repercussões clínicas que o afetam ao longo da vida. Dessa forma, percebe-se a relação entre o grau de dispneia apresentado pela paciente quando avaliada de forma integral a confluência de patologias prévias associadas ao novo quadro de embolização pulmonar causado por efeito colateral esperado de procedimento ortopédico.

Palavras Chave

Embolismo pulmonar; embolização; cimentação óssea; cirurgia ortopédica; dispneia.

Área

Tórax

Autores

Cristian Junior Da Costa, Alexandre Wall, Marien Edina Foresti, Leticia Tatiane Madke, Kelly Vincenzi, Robson Rottenfusser, Nathalia Nascimento Fontoura, Andre Olivo Pellizzaro, Rafael Bernardi Rigo