Dados do Trabalho


Título

CALCIFICAÇÃO MIOCÁRDICA HELICOIDAL EM PACIENTE COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO NORMAL E SEM CORONARIOPATIA SIGNIFICATIVA: RELATO DE CASO

Introdução

O depósito de calcificação miocárdica está associado a múltiplas fisiopatologias, como distúrbios metabólicos do cálcio, associados a deposição do eletrólito em excesso diretamente no miocárdio e em outros órgãos, o mecanismo distrófico, que tem por base a lesão miocárdica secundária a eventos hemorrágicos, fibróticos ou necróticos e idiopático, sendo esse um caso raro na literatura.

Descrição

Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, de 61 anos, portadora de hipertensão arterial sistêmica, que realizou cineangiocoronariografia (CINE) eletiva para investigação de dor torácica anginosa. Durante a CINE foi observada lesão leve em óstio da coronária direita, com demais artérias coronárias sem alterações, além de importante calcificação miocárdica. A radiografia de tórax mostrou extensas calcificações de padrão helicoidal no ânulo valvar mitral e nas paredes do ventrículo esquerdo (VE), com aorta torácica de calibre normal e placas de ateroma parcialmente calcificadas mais visualizadas na região da croça.
O ecocardiograma demonstrou fração de ejeção do VE de 58%, valva mitral com importante calcificação anterior e posterior de anel, mobilidade diastólica preservada dos folhetos, assim como áreas hiperecogênicas no pericárdio e no miocárdio. Na tomografia de tórax, identificaram-se extensas calcificações miocárdicas, desde a porção do ânulo valvar mitral, estendendo-se pelo septo interventricular e pela parede livre, com padrão helicoidal. A calcificação miocárdica extensa, helicoidal, idiopática, em paciente sem lesões coronarianas significativas e com fração de ejeção normal, é uma entidade raramente encontrada.

Discussão

Devido à sua forte relação com patologias associadas a maior mortalidade e risco de eventos cardiovasculares como arritmias ventriculares, disfunção sistólica/diastólica e insuficiência cardíaca, é fundamental alcançar o diagnóstico específico, sendo a angiotomografia o padrão-ouro para identificação e caracterização das calcificações. Há relato na literatura de caso semelhante, de calcificação helicoidal, como padrão de Torrent Guasp, o qual foi originalmente descrito macroscopicamente em paciente post mortem.

Palavras Chave

Calcificação miocárdica, cineangiocoronariografia, tomografia computadorizada.

Área

Cardiovascular

Autores

Andre Olivo Pellizzaro, Alexandre Wall, Marien Edina Foresti, Leticia Tatiane Madke, Kelly Vincenzi, Rafael Bernardi Rigo, Robson Rottenfusser, Rayla Fabris Maqueda, Nathalia Nascimento Fontoura