Dados do Trabalho


Título

PAPILOMA INVERTIDO NASOSSINUSAL SIMULANDO ESTESIONEUROBLASTOMA

Introdução

O papiloma invertido nasossinusal representa de 0,5 a 4% dos tumores nasais. Tipicamente, é uma lesão polipoide unilateral, firme, que surge da parede nasal lateral na região do meato médio, geralmente estendendo-se aos seios paranasais. Possui uma chance de malignização de até 15% e tem alta taxa de recorrência após a ressecção cirúrgica. Os achados típicos na ressonância magnética (RM) são uma imagem em T2 predominantemente hiperintensa ao músculo esquelético, e em T2 e T1 C+ FS a presença de estriações curvilíneas ou padrão convoluto cerebriforme. O estesioneuroblastoma ou neuroblastoma olfatório é um tumor maligno de origem neuroectodérmica, representando 2% de todos os tumores nasossinusais. No exame de imagem, tipicamente há uma tumoração em formato de halter, com uma parte superior na fossa craniana anterior, o centro na placa cribiforme e a parte inferior na fossa nasal. A presença de cistos periféricos na porção intracraniana é altamente sugestiva do estesioneuroblastoma.

Descrição

Relato de caso: S. B. N., 69 anos, sexo feminino, relatava obstrução nasal e cefaleia frontal há mais de 30 anos. Ao exame, foram identificados pólipos que geravam proptose de olho esquerdo, com indicação cirúrgica. Foi realizada frontoetmoidectomia esquerda com exérese de tumor nasal e correção de mucocele frontal. A biópsia revelou tratar-se de um papiloma invertido. Na RM, foi revelada imagem heterogênea em halter com componente solidocístico, centrada na placa cribiforme esquerda, ocupando a fossa nasal e a fossa craniana anterior esquerdas, além de acometimento do nível do plano esfeonidal posteriormente, com importante efeito de massa.

Discussão

Neste trabalho, apresentamos um caso de papiloma invertido nasossinusal, comprovado por biópsia, na qual sua imagem simula um estesioneuroblastoma clássico na RM (imagem em halter com acometimento das fossas nasal e craniana, associado a cistos intracranianos). A coexistência de um papiloma invertido com estesioneuroblastoma em uma mesma lesão (colisão tumoral) é possível. Tal condição foi retratada em apenas dois relatos de caso na literatura, embora ambas as lesões não se estendessem para a cavidade craniana e a biópsia comprovasse os dois subtipos tumorais. Diante do exposto, espera-se que este estudo contribua para o diagnóstico diferencial de ambas as doenças.

Palavras Chave

papiloma invertido; estesioneuroblastoma; neuroblastoma olfatório; frontoetmoidectomia; ressonância magnética;

Área

Neurorradiologia

Autores

Ernesto Nascimento Pozzatto, Marcos Rosa Júnior, Catarina Valladão Rodrigues Santana, Ricardo Andrade Fernandes de Mello