Dados do Trabalho


Título

CAVERNOMAS MÚLTIPLOS E ESCLEROSE HIPOCAMPAL: UMA ASSOCIAÇÃO DUPLAMENTE EPILEPTOGÊNICA

Introdução

Introdução: Cavernomas constituem uma malformação vascular que pode ocorrer em todo o sistema nervoso central. Múltiplas lesões ocorrem em aproximadamente 20% dos pacientes e podem ter associação familiar autossômica dominante com mutação genética. O quadro clínico mais comum é a epilepsia. Mas, 50% dos portadores são assintomáticos. A tomografia computadorizada (TC) de encéfalo tem baixa sensibilidade, podendo ser normal em até 50% dos casos. A ressonância magnética (RM) é o exame de escolha e deve ser utilizada para realizar o diagnóstico e seguimento. Em pacientes com associação de cavernomas e esclerose hipocampal, há dois substratos estruturais para a ocorrência de epilepsia. Neste caso, a paciente apresenta esta dupla patologia.

Descrição

Relato de Caso: Sexo feminino, 59 anos, com epilepsia de difícil controle. Refere que estava deitada na cama quando iniciou a crise. Familiar relata que apresentou falas desconexas e não respondia a comandos, com episódios semelhantes prévios. TC de crânio: formação hipodensa, bem delimitada, sem calcificações associadas, putaminal esquerda. RM de crânio: Lesões de hipossinal em sequências de susceptibilidade (SWI) dispersas pelo córtex cerebral, periferia do hemisfério cerebelar esquerdo e ponte à direita. Tais lesões apresentam hipossinal também no mapa de fase do SWI, indicando componentes hemáticos. As lesões da ponte e cerebelo apresentam anomalias do desenvolvimento venoso associadas. Havia aumento do sinal em T2 e FLAIR e redução do volume do hipocampo direito.

Discussão

Discussão: Cavernomas são malformações vasculares que contêm sangue e trombos em seu interior com diferentes estágios de degradação. Há deposição de hemossiderina ao redor. Na TC, lesões com calcificações grosseiras, com aspecto “em pipoca” são mais fáceis de serem identificadas. Na RM, as sequências T1 e T2, a identificação dessas lesões depende de hemorragia recente. Devido à hemossiderina, é necessário utilizar as sequências gradiente-eco, fast-spin echo ou SWI. Há variação de sinal no interior da malformação a depender da fase da degradação da hemoglobina. Quando os cavernomas e esclerose hipocampal se associam, pode ser necessária a ressecção do hipocampo e do cavernoma em epilepsias de difícil controle. Conclusão: A paciente em questão apresentava epilepsia fármaco-resistente devido a esses dois substratos epileptogênicos distintos. A RM permitiu caracterizá-las e alterou a abordagem dessa paciente.

Palavras Chave

Cavernomas Múltiplos; Esclerose Hipocampal; Epilepsia; Ressonância Magnética; Susceptibilidade Magnética

Área

Neurorradiologia

Instituições

Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - São Paulo - Brasil

Autores

Antônio Régis Coelho Guimarães, Cléo Frossard de Assis Souza, Larah Colombi Calmon Pitanga, Lucas Rezende Ferraz Rodrigues, Maísa Naomi Irie, Renan Denadai Turci, Fabiano Reis