Dados do Trabalho


Título

FÍSTULA ARTERIOVENOSA DURAL: Relato de Caso

Introdução

A fístula arteriovenosa dural (FAVd) é uma condição clínica rara, de apresentação variada, caracterizada por uma comunicação anômala entre artérias durais e seio venoso e/ou veias corticais, como complicação de trombose venosa cerebral. Podem ser congênitas, idiopáticas, espontâneas ou, na maioria dos casos, adquiridas (história de traumatismo craniano, mastoidites, trombose de seio venoso, craniotomia prévia, trombofilia, entre outros). São mais comuns entre a 4ª e a 6ª década de vida, como sequela de trombose, principalmente nos seios tranverso e signoide, não havendo predileção significativa por sexo. A clínica dependente de sua localização e padrão de drenagem, por vezes assintomática. Os casos sintomáticos são devido à congestão e hipertensão venosa.

Descrição

Paciente, sexo feminino, 47 anos, foi admitida no serviço para investigação de cefaleia
holocraniana persistente e pulsátil há 01 dia. Foi submetida a angiorressonância magnética que evidenciou hipersinal anômalo nos seios transversos e sigmóide esquerdos, indicando alto fluxo no seu interior, bem como múltiplas emissárias transósseas occipitais desse lado. Visibilizou-se ainda múltiplas veias corticais ingurgitadas, difusas e bilaterais, indicando hipertensão venosa craniana. Na sequência 3D TOF sugeriu-se comunicação entre a circulação craniana interna e externa, entre artéria meníngea média esquerda e o seio transverso sigmoide, ipsilateral, que foi confirmado em estudo de angiografia digital. Optado por intervenção hemodinâmica, sem intercorrências até o presente momento.

Discussão

As FAVds correspondem a 10-15% das malformações vasculares intracranianas. O seu diagnóstico pode ser aventado a partir de achados indiretos observados nas imagens de tomografia computadorizada e de ressonância magnética. Sendo que nesta, pode-se visibilizar, notadamente nas imagens ponderadas em T2 e difusão, vasos dilatados, realce vascular, hiperintensidade da substância branca, hemorragia e infarto. Mas o exame padrão-ouro para confirmação diagnóstica, classificação e seguimento é angiografia, e assim propor a abordagem, terapêutica mais adequada para cada paciente. A avaliação por imagem não invasiva pode fornecer informações úteis para diagnóstico, classificação, prognóstico e planejamento de tratamento, contribuindo com maior celearidade na indicação do estudo hemodinâmico.

Palavras Chave

Fístula arteriovenosa dural, malformação vascular, neurorradiologia, CT, MRI

Área

Neurorradiologia

Autores

Lhuanna Mária Barbosa Teixeira, Fillipe Thiago Xavier de Campos, Thiago Mendonça Soares, Amanda Tormin Crosara Borges de Souza, Priscilla de Paula Gusmão, Isadora Vieira Aurione, Geovana Louise Franco, Severino Rezende Oliveira Júnior, Winston Roque da SIlva