Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO ECOGRÁFICA GÁSTRICA: EXAME SUBESTIMADO?

Introdução

A avaliação gástrica pelos exames de ultrassonografia tem sido cada vez mais consolidada na literatura, porém, na prática seu uso ainda é subestimado. Tendo isso em vista, este trabalho tem o objetivo de mostrar algumas das múltiplas patologias que podem ser diagnosticadas ou inicialmente avaliadas por esse exame.​

Descrição

Classicamente a ultrassonografia do estômago é usada para avaliação de doenças pediátricas, devido sua facilidade de realização nessa faixa etária e ausência de radiação, destacando-se entre estas a avaliação de refluxo gastroesofágico através da avaliação dinâmica ou de doenças obstrutivas como estenose hipertrófica de piloro. Nesta, ocorre uma hipertrofia progressiva da musculatura pilórica, que pode ser notada pela medida do comprimento e espessura da parede pilórica.
Nos adultos, é usada para avaliação inicial de tumores, sendo o mais prevalente o adenocarcinoma gástrico que comumente se apresenta como um espessamento da parede estomacal e que corresponde a cerca de 95% dos casos, sem entretanto esquecer da possibilidade de outros tumores como linfomas, neuroendócrinos e mesenquimais. Já os tumores estromais gastrointestinais (GIST) se apresentam de forma variável, sendo desde lesões intramurais a lesões exofíticas com necrose ou hemorragia.
O espessamento gástrico apesar de inespecífico pode levantar fortes suspeitas para um diagnóstico de acordo com seu local de acometimento e história clínica, como no caso de um espessamento focal em paciente com câncer de ovário, suspeitando-se de metástase. Já em um paciente sabidamente cirrótico apresentando espessamento gástrico difuso, pode-se focar na hipótese de hipertensão portal.
Outro diagnóstico menos comum porém possível é o de tricobezoar na cavidade estomacal, que se manifestará como material amorfo e agrupado, com múltiplas imagens lineares serpiginosas ao seu redor (representação ultrassonográfica dos cabelos).
Por fim a novidade nos últimos anos foi a avaliação da distensão gástrica em doenças infecciosas (como no COVID-19) e no uso de medicações que possam retardar o esvaziamento gástrico, como a semaglutida, que tem se disseminado no país, permitindo melhor planejamento cirúrgico e diminuindo a morbidade em pacientes graves na UTI.

Palavras Chave

Ultrassonografia; gástrico; diagnóstico; distensão gástrica; espessamento gástrico.

Área

Ultrassonografia Geral

Autores

Lislie Gabriela Santin, Eliane Eliza Dutenhefner, Otávio J Lima, Miguel José Francisco Neto, Marcos Roberto G de Queiroz