Dados do Trabalho


Título

ASPECTOS DA HEMOSSIDEROSE RENAL NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: RELATO DE CASO

Introdução

A hemossiderose renal (HR) é uma condição em que a hemossiderina se deposita no córtex renal, como uma forma de sobrecarga férrica, causada por hemólise intravascular. À ressonância magnética (RM), a HR se apresenta com baixo sinal das corticais renais nas seqüências ponderadas em T1 e T2, devido às fortes propriedades paramagnéticas da hemossiderina.

Descrição

Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, de 67 anos, com histórico de anemia hemolítica, que realizou uma colangiorressonância para coledocolitíase, sendo evidenciado um hipossinal das corticais renais nas sequências ponderadas em T1 e T2, sugerindo a possibilidade de hemossiderose renal.

Discussão

Sobrecarga férrica é uma desordem sistêmica caracterizada por um alto nível de ferro plasmático e acúmulo de ferro nas células parenquimatosas. Pode ser classificada em primária (genética), denominada hemocromatose hereditária e secundária, denominada hemossiderose.
Na hemocromatose, há acúmulo de ferro no fígado e eventualmente em outros órgãos, como pâncreas e coração.
Na hemossiderose, a sobrecarga concentra-se no sistema reticuloendotelial, baço, medula óssea e no fígado.
Já na HR, a hemólise das anemias hemolíticas pode levar ao acúmulo de ferro nos túbulos contorcidos proximais dos rins.
A HR é uma condição em que a hemossiderina se deposita no córtex renal. A RM é o melhor método de imagem para demonstrar o depósito de hemossiderina no córtex renal. O baixo sinal das corticais renais à RM é um diagnóstico radiológico observado em hemólise intravascular, normalmente encontrada em hemoglobinúria paroxística noturna (HPN), hemólise mecânica associada a doenças cardíacas valvulares graves ou cirurgias de válvula cardíaca, e anemias hemolíticas, como anemia falciforme e talassemia.
A hemossiderina tem efeitos paramagnéticos e encurta predominantemente os tempos de relaxamento de T1 e T2 em concentrações baixas e altas, respectivamente. Em baixas concentrações, o encurtamento de T1 é máximo, observado como sinal ligeiramente alto em T1 e baixo em T2 em relação à medula renal. Uma maior concentração de hemossiderina apresenta maior sensibilidade nas imagens, observada como acentuado hipossinal da cortical em T1 e T2.
Identificar e compreender este achado radiológico à RM possibilita estreitar os diagnósticos diferenciais, com uma maior assertividade diagnóstica.

Palavras Chave

Hemossiderose renal, hemossiderina, ressonância magnética, hemólise, anemias hemolíticas.

Área

Abdominal Geniturinário

Autores

RAÍSSA MARJORY ZONTA MORETI, CAROLINA PIMENTEL BERTASSO, MARINA COIMBRA DA CRUZ, ANA CAROLINA PIMENTA GRECCO SANO, LAERCIO CASTILHO LOPES NETO, CLARISSA GASPARIN PANCOTTE, ANA CAROLINA RIBELLATO BUISSA