Dados do Trabalho


Título

PADRÃO DE ACOMETIMENTO VASCULAR NO INFARTO ENCEFÁLICO ISQUÊMICO EXTENSO NA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE CRÂNIO SEM CONTRASTE E CRTÉRIOS PARA CRANIECTOMIA DESCOMPRESSIVA

Introdução

Infarto encefálico isquêmico extenso (IEIE) é a perda do suprimento sanguíneo em grande área do encéfalo, acometendo principalmente a área irrigada pela artéria cerebral média (ACM). Ocorre em cerca de 10% dos acidentes vasculares cerebrais isquêmicos (AVCI). As principais causas de infarto cerebral extenso são eventos cardioembólicos, oclusão da artéria carótida interna e dissecção da artéria carótida interna. Os IEIEs podem evoluir com edema grave, hipertensão intracraniana (HIC) e óbito em 80% dos casos.

Descrição

Sinais clínicos e radiológicos como hipodensidade precoce em mais de 50% do território irrigado pela ACM ou volume do infarto à tomografia computadorizada de crânio (TCC) igual ou superior a 240 cm³ são sugestivos de evolução para infarto maligno. A TCC sem contraste do cérebro continua a ser a base da imagem no cenário de um AVCi. A detecção depende do território, da experiência intérprete e, claro, do tempo do exame desde o início dos sintomas. O fato do tecido ser suprido por artérias terminais (por exemplo, artérias lenticuloestriadas) ou ter suprimento colateral (grande parte do córtex cerebral) influenciará a rapidez com que o edema citotóxico se desenvolve. Por exemplo, a detecção de infarto do território ACM mostrou ser de aproximadamente 60-70% nas primeiras 6 horas, embora alterações nos núcleos profundos da substância cinzenta (especialmente o núcleo lentiforme) possam ser visíveis em até 1 hora após a oclusão em até 60% dos pacientes. A TCC deve ser repetida em 24-48h nos casos em que não sejam evidenciadas alterações no exame inicial ou de evolução insatisfatória. O diagnóstico preciso e precoce do AVC é de capital importância, haja vista ser o AVC uma emergência médica e o seu tratamento é tempo dependente. A terapia trombolítica é uma grande esperança no tratamento da isquemia encefálica, porém seu uso é limitado por uma janela temporal muito curta e custo elevado. O tratamento cirúrgico do infarto maligno pode ser dividido em descompressão externa e interna. A descompressão externa consiste na craniectomia com ou sem duroplastia. Já a descompressão interna envolve a extração do tecido cerebral da região infartada. Essas técnicas, às vezes, podem ser combinadas. O manejo cirúrgico do IEIE é direcionado a uma redução rápida da pressão intracraniana (PIC). O procedimento consiste numa craniectomia fronto-temporoparietal ipsilateral à lesão, seguida de plástica na dura-máter, permitindo assim uma descompressão imediata do cérebro.

Palavras Chave

Edema cerebral; Infarto cerebral; Craniectomia descompressiva;

Área

Neurorradiologia

Autores

Lucas Mainardo Rodrigues Bezerra, Ana Maria Santos Cardoso, Cynthia Cardozo Lima, Pedro Oliveira Carvalho Neto, Gabrielle Agostinho Rolim Marques, Jose Alberto Pereira Pires