Dados do Trabalho


Título

Aspectos de imagem do cisto epidermoide intradiploico: relato de dois casos.

Introdução

O cisto epidermoide intradiploico é um tipo raro de cisto epidermoide, benigno, de origem ectodérmica e de natureza congênita. Acomete mais os ossos occipital, frontal e parietal, sendo mais comum no período de 20 a 60 anos de idade. Transformação maligna é rara.
Apresenta crescimento lento e é normalmente assintomático, podendo cursar com cefaleia esporádica ou até proeminência óssea local, indolor à palpação superficial. Dependendo da sua localização, pode promover compressão de estruturas neurais adjacentes e gerar sintomas neurológicos focais.

Descrição

Nesta série de casos, serão demonstrados dois casos com achados radiológicos na TC e na RM de cisto epidermoide intradiploico, com pacientes apresentando queixa clínica de abaulamento indolor na região occiptal direita de longa data e crescimento lento.

Discussão

Para o adequado diagnóstico, torna-se necessário a realização de exame de neuroimagem em conjunto com a confirmação pelo histopatológico. Normalmente, o cisto epidermoide intradiploico não segue a densidade usual do liquor na tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM).
Na TC é avaliado o acometimento ósseo, com remodelamento da tábua óssea, tratando-se de uma lesão hipodensa e habitualmente sem realce pós contraste devido sua natureza avascular. Excepcionalmente, pode apresentar realce periférico pelo meio de contraste, tanto na TC quanto na RM, por inflamação perilesional ou, mais raramente, transformação maligna. Áreas internas de hiperdensidade podem representar conteúdo hemático ou hiperproteico de permeio, bem como focos de calcificação podem estar presentes.
Na RM, na maioria das vezes, apresenta-se como uma lesão cística típica (homogênea, com hipossinal em T1 e hipersinal em T2), exceto quando há hemorragia intralesional em que cursa com áreas de alto sinal em T1. Uma característica relevante para o diagnóstico que a diferencia das demais lesões císticas é a presença de restrição à difusão das moléculas de água na sequência em DWI.
O tratamento costuma ser a ressecção completa, que quando realizada tem bom prognóstico. Em caso de remoção incompleta, pode haver recidiva da lesão, e o radiologista tem papel fundamental na detecção de focos de lesão residuais / recidivadas nesse contexto.
Sendo assim, conclui-se que o papel do radiologista é primordial para o diagnóstico e para o manejo cirúrgico adequado dessas lesões.

Palavras Chave

cisto epidermoide intradiploico; calota craniana; abaulamento ósseo indolor; ressonância magnética; neurorradiologia.

Área

Neurorradiologia

Autores

THAYANNE KAROLINE COIMBRA SOARES, Ana Rebeca Soares Maia de OLIVEIRA, Kennedy Cavalcante PINHEIRO, Nathália Denise Peixe SALES, Bruzo Ralden Araújo FERREIRA, Alexia Rangel de CASTRO, Marília Maria Vasconcelos GIRÃO, Lindenberg Barbosa AGUIAR, José Daniel Vieira de CASTRO