Dados do Trabalho


Título

CARCINOMA UROEPITELIAL DIVERTICULAR - RELATO DE CASO

Introdução

Tumores de bexiga que aparecem dentro de um divertículo são incomuns, tornando-se um desafio diagnóstico e terapêutico. Aqueles confinados ao divertículo apresentam melhor prognóstico que quando apresentam extensão extra-diverticular.
A maioria dos pacientes apresenta hematúria ou microhematúria. É possível que o quadro seja intermitente, portanto, uma amostra negativa tem pouco significado.
Outros sintomas são irritabilidade vesical, urgência miccional, disúria e, menos comumente, dor no flanco por obstrução, edema de membro inferior ou massa pélvica.
Diante da epidemiologia e dificuldade diagnóstica, apresentamos um caso de carcinoma uroepitelial diverticular identificado após realização de exames de imagem por quadro de hematúria e dor pélvica.

Descrição

Paciente com hematúria e dor pélvica que, para investigação realizou tomografia computadorizada e ressonância magnética, que evidenciaram formação intradiverticular de bexiga, levantando-se a hipótese de carcinoma, confirmado por histopatológico.

Discussão

Os divertículos da bexiga são essencialmente pseudodivertículos formada por hérnias mucosas através de áreas de defeitos congênitos ou fraqueza adquirida na parede muscular da bexiga.
A estase urinária no divertículo de bexiga pode estar associada a infecções crônicas do trato urinário e inflamação que levam à formação de cálculos e predisposição à malignidade, devido à exposição prolongada a carcinógenos, como aminas aromáticas da fumaça do cigarro no revestimento da mucosa intradiverticular.
Tumores de bexiga que surgem dentro de um divertículo são incomuns, com uma incidência relatada variando de 0,8% a 10,0%, acometendo principalmente homens na sétima década. Geralmente, tendem a ser de grau mais alto do que os tumores na bexiga principal.
O carcinoma uroepitelial que mais acomete os divertículos é o tipo de células transicionais.
A escassez de fibras musculares do divertículo favorece a invasão tumoral precoce para o tecido perivesical e dificulta a estratificação dos tumores em câncer de bexiga superficial e invasivo. Aqueles que estão restritos ao divertículo apresentam melhor prognóstico.
No nosso caso, o paciente apresentava hematúria e dor pélvica. Diante dos achados de imagem, foi sugerida a hipótese de neoplasia e, após biópsia, foi confirmada carcinoma de células transicionais.
Por ser um tumor incomum e um desafio diagnóstico e terapêutico, a radiologia assume um papel importante na suspeição e avaliação da lesão, contribuindo para melhor eficiência terapêutica.

Palavras Chave

Tomografia computadorizada; Ressonância magnética; Divertículo; Carcinoma uroepitelial; Bexiga

Área

Abdominal Geniturinário

Autores

Weydler Campos Hottz Corbiceiro, Ana Leonor Riascos Achicanoy, Thallys Leal Silva, Nicole Sook Lee, Raquel Mendonça Sevilio , Alessandro Severo Alves de Melo