Dados do Trabalho


Título

HOT CROSS BUN SIGN IDENTIFICADO NA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DE CRÂNIO – ENSAIO ICONOGRÁFICO

Introdução

O hot cross bun sign, ou sinal da cruz, refere-se à aparência da ponte na ressonância magnética (RM) quando a hiperintensidade em T2 aparenta uma cruz nas imagens axiais, representando a degeneração seletiva dos tratos pontocerebelares transversos e núcleos da rafe pontina mediana. Quem descreveu esse sinal radiológico achou o aspecto semelhante ao pão feito em datas comemorativas em alguns países, o “hot cross bun”.
O hot cross bun sign é mais frequentemente descrito na Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS) do tipo C, uma doença neurodegenerativa incurável, caracterizada por graus variados de ataxia cerebelar, disautonomia, parkinsonismo e disfunção do tracto corticoespinhal. Geralmente começa por volta dos 60 anos de idade e afeta homens e mulheres igualmente. A sobrevida média é de 6 a 9 anos. Em casos em que existe predomínio de sintoma cerebelar, a AMS é chamada do tipo C, e quando há predomínio de parkinsonismo, é denominado tipo P.
Apesar desse sinal ser descrito mais frequentemente na AMS com predomínio cerebelar, ele já foi descrito em inúmeras outras doenças, como ataxias espinocerebelares (sendo a tipo 3 conhecida como Doença de Machado Joseph), neuropatia de células granulares do vírus JC, variante da doença de Creutzfeldt-Jacob, vasculite cerebral, Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LEMP), entre tantos outros diagnósticos diferenciais.
O aparecimento do sinal da cruz na LEMP é provavelmente devido ao dano e subsequente gliose das conexões cerebelares e fibras pontocerebelares na ponte devido à infecção viral, estando esse diagnóstico fortemente ligado à infecção concomitante com o HIV.

Descrição

O estudo demonstra situações em que a ressonância magnética evidencia um mesmo sinal radiológico, o hot cross bun sign, para uma variedade de doenças, e que apesar de ter como principal causa a Atrofia de Múltiplos Sistemas, devemos ter cautela antes de fechar o seu diagnóstico. Ainda assim, podemos encontrar exames de ressonância magnética de pacientes com diagnóstico de AMS sem a evidência desse sinal.

Palavras Chave

Diagnóstico por Imagem, Doenças Neurodegenerativas, Imagem por Ressonância Magnética, Atrofia de Múltiplos Sistemas, Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva.

Área

Neurorradiologia

Autores

Marília Gabriela de Barros Lima Santos, Laís de Macedo Rocha, Daniel Lopes de Oliveira, Marina Masony de Sena Silva, Bárbara Travassos Bandeira, Armando Gustavo Moura Monteiro, Carlos William Rodrigues Lima, Fernanda Cristina Verçosa Pacheco, Laysa Monique Honorato Tenório Mascarenhas