Dados do Trabalho


Título

A RM como importante método no diagnóstico da atrofia serosa da medula óssea

Introdução

A atrofia serosa da medula óssea, também conhecida como transformação gelatinosa da medula óssea, é um distúrbio não neoplásico raro, subdiagnosticado, em que as células hematopoiéticas são substituídas por uma substância mucinosa extracelular.

Este trabalho traz casos clínicos e radiológicos, para auxiliar no diagnóstico desta patologia.

Descrição

Caso 1
Paciente A.M.C., 43 anos, diabético insulino-dependente, cirrótico de etiologia alcoólica, diagnóstico recente de pancreatite crônica devido diarreia crônica e perda ponderal importante. Em acompanhamento ambulatorial, queixa de dor em MMII, principalmente do lado direito. Foram solicitadas RM de bacia e de joelho direito.

Caso 2
Paciente N.A.P, 50 anos, diabético insulino-dependente, em tratamento irregular de tuberculose, com diagnóstico devido tosse crônica e perda ponderal importante. História pregressa de queda da própria altura com fratura do trocânter maior do fêmur, evoluindo com dor no local. Solicitada RM da bacia para avaliação.

Discussão

Clinicamente, o paciente com atrofia serosa da medula óssea pode apresentar perda de peso, anemia e fraturas patológicas. Esta condição está associada a diversas situações clínicas, como desnutrição, distúrbios alimentares (anorexia nervosa), má absorção intestinal, infecções (por exemplo, AIDS, tuberculose), tumores malignos, ICC, DRC e alcoolismo.

A RM é o exame de imagem de escolha para avaliar a medula óssea e suas patologias. Na atrofia serosa da medula óssea, característicamente é encontrado em T1 um sinal intermediário e em sequências sensíveis a líquidos, como T2 com supressão de gordura e STIR, um hipersinal, além de não ocorrer impregnação pelo meio de contraste. Outras achados úteis é a perda significativa ou quase ausência de gordura subcutânea e visceral, isso novamente é visto como sinal T1 intermediário a levemente hipointenso e sinal hiperintenso em sequências sensíveis a fluidos. Estes achados podem ser reversíveis com o tratamento da causa subjacente e com reposição nutricional adequada.

Na grande maioria dos casos, a atrofia serosa não é diagnosticada antes do exame de imagem, razão pela qual é importante que o radiologista esteja familiarizado com essa entidade.

Palavras Chave

atrofia serosa; medula óssea; ressonância magnética; transformação gelatinosa; atrofia medular

Área

Musculoesquelético (incluindo USG)

Instituições

HUCAM - UFES - Espírito Santo - Brasil

Autores

Filipe Costa Toledo, Letícia Arantes Fiorilo Pelegrine, Ricardo Andrade Fernandes de Mello