Dados do Trabalho


Título

Pielonefrite enfisematosa: relato de caso

Introdução

A pielonefrite enfisematosa (PE) constitui forma rara, grave e potencialmente fatal de infecção necrotizante do parênquima renal. Se não tratada precocemente, pode levar à sepse fulminante e, portanto, acarreta uma alta mortalidade. Embora sua patogênese não seja totalmente conhecida, ela é causada geralmente por infecção bacteriana em situação de hipóxia, caracterizada por formação de gás no parênquima renal, no sistema coletor e/ou nos tecidos peri ou paranéfricos. Sabe-se que um dos mecanismos envolvidos na patogênese da pielonefrite enfisematosa é a fermentação de glicose em dióxido de carbono e hidrogênio. Os agentes etiológicos mais frequentemente envolvidos são E. coli ( aproximadamente 66%) e Klebsiella sp. (aproximadamente26%).
A pielonefrite enfisematosa ocorre geralmente em doentes com fatores predisponentes, como a diabetes mellitus e a uropatia obstrutiva. Clinicamente, a PE decorre com sinais de pielonefrite grave, geralmente com a tríade clínica de febre, vômitos e dor no flanco.


Descrição

Paciente M.P.M.S, 65 anos, feminino, sem comorbidades relatadas, refere à admissão febre há 5 dias, dor difusa e intensa em abdome, predominantemente em flanco esquerdo, náuseas e vômitos, além de anúria nas últimas 24 horas. Ao exame físico: Giordano positivo à esquerda e nos exames laboratoriais presença de leucocitose, EAS infeccioso, PCR elevada e disfunção renal, sendo contraindicado o uso do meio de contraste.

Discussão

O diagnóstico de PE é radiológico, após a demonstração da presença de gás, projetando-se ou ocupando a área renal, numa radiografia simples do abdome ou na ecografia. A tomografia computadorizada é, inquestionavelmente, o exame de eleição para o diagnóstico, pois não só o confirma, como também nos dá a extensão do processo infeccioso. A presença de gás nas cavidades renais é bastante específica mas não patogonomônica de PE, pois a embolização de um tumor renal, os traumatismos abertos, as fístulas uro-digestivas ou as explorações endo-urológicas podem conduzir à entrada de gás no excretor

Palavras Chave

PIELONEFRITE ENFISEMATOSA - TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA - FEBRE - SEPSE - ALTA MORTALIDADE

Área

Abdominal Geniturinário

Instituições

HUCAM - UFES - Espírito Santo - Brasil

Autores

Letícia Arantes Fiorilo Pelegrine, Ricardo Andrade Fernandes de Mello