Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME CERVICAL- ESTENOSE DA ARTÉRIA VERTEBRAL POR EXOSTOSE DO ÁTLAS

Introdução

A síndrome cervical é aquela em que o paciente tem queixas relacionadas ao ouvido interno como instabilidade principalmente relacionadas ao movimentos e posição da cabeça, perda auditiva neurossensorial, acompanhados por dor e contratura da musculatura do pescoço, quando outras origens foram excluídas.
As suas causas são múltiplas porém as cervicoartroses são as causas mais comuns ocasionando a compressão do segmento extra-craniano da artéria vertebral.
Esse relato mostra que deve ser considerada na vigência de sintomas labirínticos e dor cervicofacial de difícil tratamento, sendo subdiagnosticada devido a sua natureza dinâmica de difícil diagnóstico por exames de imagem, e que apesar de representar diagnóstico de exclusão, deve entrar nos diagnósticos diferenciais clínico-radiológicos.

Descrição

Paciente masculino, 33 anos, dor cervical posterior crônica com irradiação para região temporal direita, início há cerca de dois anos, em investigação e tratamento clínico/ medicamentoso multidisciplinar sem melhora significativa. Audiometria recente (2022) com perda neurossensorial discreta à direita. Após consulta radiológica, realizou exames dedicados de ressonância magnética de ouvidos e angiotomografia arterial cervical em hiperextensão do pescoço(protocolo personalizado).
Na angiotomografia arterial cervical há exostose óssea no processo transverso direito do átlas (C1) reduzindo o espaço para o segmento V3 da artéria vertebral direita, que apresenta sinais de compressão extrínseca de 50%. Na ressonância magnética do ouvido direito solicitada no escopo investigativo atual, demonstra uma redução e irregularidade da intensidade de sinal na ponderação T2 SPACE do canal semicircular lateral direito.

Discussão

A exostose óssea é uma das principais causas de síndrome cervical, devido a compressão hemodinamicamente significativa crônica e recidivante da artéria vertebral, ocasionando vasoconstrição ( mecanismo simpático) ou hipofluxo mecânico, com consequente redução do fluxo da artéria labiríntica, durante os movimentos cervicais de repetição.
Na ressonância magnética do ouvido direito solicitada para o paciente existe a redução e irregularidade da intensidade de sinal na ponderação T2 SPACE do canal semicircular lateral direito, relacionada a labirintite fibrosante, sendo a causa isquêmica/ traumática uma possibilidade já descrita da sua etiologia.
A exclusão de causas prévias e tratamentos não eficientes apontam para a causa rara e difícil diagnóstico devido a sua natureza dinâmica.

Palavras Chave

cervical posterior
artéria vertebral
labirintite fibrosante
estenose
átlas

Área

Cabeça e Pescoço

Autores

Amanda Rodrigues Costa Ferreira, WALMIR WALMOR FERREIRA FILHO