Dados do Trabalho


Título

ACRETISMO PLACENTÁRIO DE DIAGNÓSTICO TARDIO EM PRIMIGESTA E OS PRINCIPAIS MÉTODOS DE IMAGEM: RELATO DE CASO.

Introdução

O acretismo placentário (AP) é caracterizado pela implantação anormal da placenta invadindo o miométrio, sendo os fatores de risco mais importantes, cesariana anterior e placenta prévia. Esse caso relata uma apresentação rara do AP, por ser em primigesta e sem outro fator de risco conhecido.

Descrição

25 anos, gestante (G1 P0 A0), sem cirurgias prévias, teve parto vaginal taquitócico e dequitação placentária difícil. Realizado curetagem, porém não houve desprendimento placentário. Exames de ultrassonografia, tomografia e ressonância da pelve foram realizados, mostrando miométrio e endométrio sem aparente plano de clivagem.
Paciente evoluiu com hemorragia volumosa, optado por laparotomia exploratória com histerotomia e excisão de massa em corno esquerdo. No transoperatório, teve sangramento aumentado, sem resposta a tentativa de hemostasia. Realizado histerectomia total. Anatomopatológico: placenta increta.

Discussão

O AP é caracterizado pela implantação anormal da placenta, quando as vilosidades coriônicas invadem o miométrio. É dividido pelo grau de invasão em acreta (aderência ao miométrio), increta (penetra o miométrio) e percreta (invade a serosa ou órgãos adjacentes). Como fatores de risco mais importantes destacam-se cesárea anterior e placenta prévia.
A consequência clínica é o sangramento maciço no momento da separação placentária, que pode levar a coagulopatia intravascular disseminada e até a morte.
O sangramento pós parto constitui uma das principais etiologias de mortalidade materna. No Brasil, as hemorragias constituem a segunda causa de morte materna, e, entre as principais destaca-se o AP. Além disso, a histerectomia é frequentemente necessária e também uma das consequências mais dramáticas para a mulher em idade fértil.
Desse modo, a identificação pré natal das gestações afetadas permite o manejo ideal. A ultrassonografia ainda é o padrão diagnóstico, sendo a presença de lacunas placentárias, massa exofítica focal e perda da zona hipoecoica retroplacentária, achados de suspeição com consideráveis índices de sensibilidade e especificidade. Já a ressonância magnética, fornece informações sobre a profundidade da invasão, sendo os achados mais confiáveis, o abaulamento uterino, placenta heterogênea e bandas placentárias e interrupções focais na borda miometrial hipointensa.
Apesar dessa condição ser rara em paciente sem fator de risco, sua hipótese diagnóstica não pode ser menosprezada, pois o rápido reconhecimento garante melhores chances de tratamento conservador.

Palavras Chave

Placenta Acreta, Cesárea, Hemorragia Puerperal, Ultrassonografia, Ressonância Magnética.

Área

Ultrassonografia em Obstetrícia / Medicina Fetal

Autores

Patrícia Helena Machado, Francielly Alexandra Jorge, André Massashi Sunada, Daniella Thomaz, Camila Fabris, Renan Knabben Magri, Aléxia Schwanke da Costa, Isadora Bussolo Heinzen