Dados do Trabalho


Título

Pileflebite: direto ao ponto! Definindo os achados tomográficos característicos

Introdução

Pileflebite, ou tromboflebite séptica do sistema venoso mesentérico portal é uma complicação rara e potencialmente grave de processos infecciosos intra-abdominais. O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para o desfecho favorável da doença. Neste ensaio pictórico, selecionamos casos ilustrativos do nosso serviço, para que os radiologistas se familiarizem com os aspectos de imagem encontrados nestes casos.

Descrição

Pileflebite é definida pela trombose séptica da veia porta ou seus ramos, como complicação rara e potencialmente grave de infecções intra-abdominais ou pélvicas que drenam para o sistema venoso portal.
Não há um consenso sobre sua incidência, mas estima-se em 2,7 por 100.00 pessoas/ano. A média de idade é de 65 anos, predominando em pacientes do sexo masculino (60-70%).
A apresentação clínica mais comum consiste em febre (86%) e dor abdominal (82%), podendo ocorrer icterícia, esplenomegalia e hepatomegalia associados, além de elevação das enzimas hepáticas e canaliculares (44-50%).
Os achados de imagem não representam um desafio diagnóstico, representados por falhas de contrastação do sistema portomesentério, classicamente imagens intra-hepáticas, alongadas e hipovascularizadas ou avascularizadas, em comunicação com ramos portais. Ainda mais específicos quando associados a abdome agudo inflamatório e/ou abscessos hepáticos.
A causa mais comum é a diverticulite aguda (até 30% dos casos), seguida de apendicite, pancreatite e enterocolite. Como fatores de risco, destacam-se cirurgias prévias, tabagismo, imunossupressão, discrasias sanguíneas, etilismo e uso de corticoesteroides.
As principais complicações da pileflebite são o abscesso hepático e a isquemia mesentérica, sendo a última menos comum. A hipertensão portal pode ser uma complicação tardia.
O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para o desfecho favorável da doença, visto que quando há atraso no diagnóstico, a mortalidade pode chegar a 25% dos casos.

Palavras Chave

pileflebite, trombose de veia porta, sepse, tromboflebite séptica, infecção intraabdominal

Área

Abdominal Gastrointestinal

Autores

LAYSE DEUCHER DUTRA FERREIRA, EDUARDO A. FERREIRA MARTINS