Dados do Trabalho


Título

Envolvimento Abdominal no Linfoma de Burkitt - um Relato de Caso

Introdução

O linfoma de Burkitt é o subtipo agressivo de linfoma não-Hodgkin mais comum na infância. É um tumor de crescimento rápido, podendo duplicar de dimensões em 24 a 48 horas, porém, apresenta boa resposta à quimioterapia. Acomete principalmente meninos de zero a 20 anos de idade, com média de 8 anos.
É classificado pela OMS em endêmico, esporádico e associado a imunodeficiência. O subtipo clínico endêmico é mais frequente na África, tem grande associação com o vírus Epstein-Barr, e acomete principalmente a região da cabeça e pescoço. Já o esporádico ocorre nas outras regiões do mundo e tem um maior envolvimento abdominal.

Descrição

Menino de 5 anos, previamente hígido, com dor e aumento do volume abdominal, febre, icterícia e colúria há 1 semana.

Discussão

A clínica do linfoma de Burkitt é variável, dependendo dos sítios envolvidos e do acometimento nodal ou extranodal. No acometimento extranodal, a região mais acometida é o abdome, frequentemente na região ileocecal, pela presença de grande quantidade de tecido linfático.
Os sintomas abdominais podem desenvolver-se devido à compressão, infiltração ou obstrução, este último devido a intussuscepção.
A tomografia computadorizada auxilia no diagnóstico e estadiamento da doença. A exemplo da clínica, o linfoma pode manifestar-se de diversas formas, entre elas pelo espessamento da parede intestinal, geralmente assimétrico, podendo associar-se a dilatação aneurismática da luz intestinal. Outra maneira é como massa sólida hipoatenuante, única ou múltipla.
Quando acomete o mesentério pode apresentar-se como lesão infiltrava que reveste os vasos mesentéricos, sem, porém, determinar estenose ou efeito de massa.
Outros achados que podem ocorre são o espessamento do mesentério e peritônio, linfonodopatias e ascite. Os linfonodos acometidos podem ser únicos ou múltiplos e confluentes, formando massas com necrose ou calcificação de permeio.
Os órgãos sólidos abdominais podem ser envolvidos primariamente, sendo mais comum o envolvimento secundário. Os achados são a organomegalia, massas hipoatenuantes, bem como lesões infiltrativas periportal ou peri-hilar renal, determinando obstrução biliar e ureteropélvica, respectivamente.
Por sua agressividade e rápido crescimento é importante a suspeição precoce do diagnóstico pelo médico radiologista, proporcionando melhor expectativa de vida para o paciente, considerando que o linfoma de Burkitt tem boa resposta ao tratamento quimioterápico.

Palavras Chave

Linfoma de Burkitt; Linfoma não Hodgkin; Radiologia; Neoplasias Abdominais; Pediatria.

Área

Pediatria (incluindo USG pediátrico)

Autores

Mariana Linhares Barbosa, Luma Rossany Soares Costa, Mariana Bernardes Anversa, Ezir Araújo Lima Neto, Guilherme Pioli Resende, Sergei Kalupniek