Dados do Trabalho


Título

Relato de Caso: Achados Radiográficos no Raquitismo

Introdução

O raquitismo desenvolve-se quando há uma mineralização deficiente ou inadequada da matriz orgânica do osso ainda imaturo, por consequência de um distúrbio metabólico da vitamina D e/ou do cálcio e do fósforo. Atinge principalmente as zonas de crescimento longitudinal ativas, isto é, o complexo da linha de fise, preferindo as junções costocondrais, fêmur distal, úmero proximal, rádio e ulna distais e tíbia proximal e distal.
As manifestações clínicas podem ser várias, como dores e deformidades ósseas, retardo no desenvolvimento e o rosário raquítico. Os achados laboratoriais ocorrem de acordo com a etiologia. A imagem serve para auxílio diagnóstico e acompanhamento, sendo a radiografia convencional o método de escolha, e os demais métodos de imagem para a pesquisa etiológica.
Os achados de imagem variam de acordo com a intensidade da alteração metabólica e a idade de início da doença. Assim, o início no período de aceleração do crescimento, ou quando a criança já assume posição ortostática, proporcionará manifestações mais pronunciadas.

Descrição

Menino de 6 anos em acompanhamento por deficiência de alfa-1-antitripsina, doença de Wilson e síndrome de Fanconi, evolui com alterações ortopédicas há 9 meses caracterizadas por genovalgo e alargamento de punhos, joelhos e tornozelos.

Discussão

Até metade do último século, o raquitismo nutricional era frequente no Brasil, sendo sua principal causa. Nos dias atuais, entretanto, as manifestações raquíticas são mais frequentes em crianças com doença renal crônica, raquitismo hipofosfatêmico, em uso de anticonvulsivantes, e com raquitismo resistente à vitamina D.
Os achados radiográficos característicos são: alargamento da linha de fise e deformidade em taça da metáfise. Outros comemorativos que podem ser encontrados são o aumento da transparência óssea e deformidades esqueléticas difusas, como o arqueamento dos membros. Fraturas podem ser uma complicação da condição. Após o tratamento medicamentoso, podem ser vistas linhas escleróticas transversais nas regiões metafisárias, representando recalcificação das zonas acometidas. No raquitismo hipofosfatêmico pode-se ter calcificações heterotópicas, tanto no esqueleto axial quanto no apendicular.
Mesmo com a redução da incidência e mudança das principais etiologias, o raquitismo ainda é presente, tornando-se essencial o conhecimento pelo radiologista das suas principais alterações para diagnóstico e tratamento precoces, a fim de evitar alterações como a deformidade óssea e fraturas.

Palavras Chave

Raquitismo, Distúrbio mineral e ósseo na doença renal crônica, Raquitismo hipofosfatêmico, Diagnóstico por imagem, Radiografia.

Área

Musculoesquelético (incluindo USG)

Autores

Mariana Linhares Barbosa, Guilherme Pioli Resende, Luma Rossany Soares Costa, Mariana Bernardes Anversa, Sergei Kalupniek, Ezir Araújo Lima Neto