Dados do Trabalho


Título

Concordância entre densitometria central (coluna, coxofemorais e antebraço) e densitometria dos joelhos (fêmur distal e tíbia proximal)

Introdução

Em pacientes com lesão da medula espinhal é recomendado medir a densidade mineral óssea nos quadris e nos joelhos. Pacientes com lesão neurológica permanente e doenças neuromusculares apresentam maior risco de osteoporose e fratura. O aumento da prevalência de pacientes com estas doenças é devido ao aumento da sobrevida com a maior acessibilidade ao tratamento de emergência e melhoria da assistência. Prevenção, reconhecimento e tratamento da osteoporose nestes pacientes podem reduzir a frequência de fraturas, que têm impacto nos custos e na quantidade e de vida com qualidade.

Casuística e Métodos

Estudo retrospectivo com 605 participantes que apresentavam problemas ortopédicos; lesão cerebral, lesão medular traumática e não traumática, poliomielite, lesão cerebral e medular concomitantes; e doenças neuromusculares. Critério de inclusão: realização de absorciometria de raios-X de dupla energia (DXA) para medida da densidade mineram óssea (DMO). Coluna, quadril (fêmur total e colo do fêmur) e antebraço (DXA central) foram acessados de acordo com critérios da Sociedade Internacional de Densitometria Clínica. DXA dos joelhos seguiu protocolo de Toronto. Estatística Kappa mediu concordância entre DXA central e DXA de joelho.

Resultados

Fraturas ocorreram nos grupos com lesão cerebral (35%), poliomielite (33%), problemas ortopédicos (32%), lesão cerebral e medular (30%), doenças neuromusculares (26%) e lesão medular (12%). Uma fratura ocorreu em 90 (67,2%), duas fraturas em 34 (25,4%) e uma terceira fratura em 10 (7,4%). Quando havia fratura, as medianas da DMO e do T-score da DXA central, a mediana do TBS e as medianas da DMO e do T-score de joelhos foi menor. A chance de fratura foi de 0,81 (IC95% 0,68 – 0,96) quando DXA de joelho foi utilizada e 0,72 (IC95% 0,62 – 0,83) quando DXA de joelho foi utilizada. No modelo de análise multivariada com T-score, DXA central, lesão medular traumática, telopeptídeo C-terminal e dislipidemia associaram-se de modo independente a fraturas. No modelo de análise multivariada com medida da DMO, DXA dos joelhos, cálcio sérico e dislipidemia associaram-se de modo independente a fraturas. Concordância entre DXA central e DXA de joelho foi pequena (Kappa – 0,34, IC95% 0,10 – 0,59).

Conclusões

A medida da DMO do joelho ofereceu informações adicionais sobre a desmineralização óssea em pacientes com lesão neurológica e distúrbios neuromusculares.

Palavras Chave

Densitometria. Fratura. Lesão neurológica. Doenças neuromusculares.

Área

Radiologia Geral, D.O., Física, Contrastes, Proteção Radiológica

Autores

Antônio Lopes Cunha Jr, Débora Rossi Precioso, Ana Cristina Cotta, Ana Paula Silva Champs